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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 353da tendência para tomar hábitos: “[essa i<strong>de</strong>ia] explica as características essenciaisdo universo tal como o conhecemos – tempo, espaço, matéria, força,gravitação, electricida<strong>de</strong>, etc. Prevê muito mais coisas que novas observaçõespo<strong>de</strong>rão testar”. 26Os textos subsequentes serão a exposição/explanação <strong>de</strong>stas concepções.Em The Doctrine of Necessity Examined, o segundo paper metafísico, as teorias<strong>de</strong>terministas e necessitaristas (necessitarianism) são analisadas e negadas.27O tiquismo – doutrina da absolute chance ou in<strong>de</strong>terminação real e nãosubjectiva do universo – nasce <strong>de</strong>sta recusa do <strong>de</strong>terminismo. A sua função épermitir a operativida<strong>de</strong> do hábito ou princípio <strong>de</strong> generalização. 28 Peirce dizque não existem “evidências observacionais” para o necessitarianismo. A observaçãoapenas confirma a existência <strong>de</strong> regularida<strong>de</strong>s na natureza, mas nãogarante que estas sejam absolutas. 29 Pelo contrário, o que a observação mostraé que sempre que se tenta confirmar alguma lei da natureza, apurando-sesuficientemente a observação, o que se atinge são “irregular <strong>de</strong>partures fromthe law”. É normal atribuir essas irregularida<strong>de</strong>s à imprecisão dos aparelhos<strong>de</strong> medida e a ínfimos erros da própria observação – negligenciando-as. Peirceconsi<strong>de</strong>ra que tais imprecisões <strong>de</strong>tectáveis em toda a lei e observação científicase <strong>de</strong>vem simplesmente à espontaneida<strong>de</strong>. 30 A observação não comprovaa conformida<strong>de</strong> universal dos factos a leis, e assim, os <strong>de</strong>terministas acabama <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a sua posição através <strong>de</strong> argumentos a priori. 31Peirce consi<strong>de</strong>ra a panóplia <strong>de</strong> argumentos com que os <strong>de</strong>terministas sustentama sua posição, e acaba por aduzir três razões pelas quais crê que a26 . Collected Papers, 6.34.27 . A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> necessitarianismo ou <strong>de</strong>terminismo empregue por Peirce neste e noutrostextos já foi examinada na p. 308 <strong>de</strong>ste trabalho, em A contrução metafísica do i<strong>de</strong>alismo, peloque me eximo <strong>de</strong> a reiterar.28 . “I make use of chance chiefly to make room for a principle of generalization, or ten<strong>de</strong>ncyto form habits, which I hold has produced all regularities. The mechanical philosopher leavesthe whole specification of the world utterly unaccounted for, which is pretty nearly as bad asto baldly attribute it to chance”, Collected Papers, 6.63.29 . Chamo a atenção para o facto <strong>de</strong> que Peirce, enquanto “engenheiro químico”, passe oanacronismo, e a partir dos seus trabalhos sobre o pêndulo e outras observações <strong>de</strong>senvolvidaspara a Coast Survey, tinha <strong>de</strong> possuir uma consciência muito aguda, e empírica, da imprecisãodas observações empreendidas pelas ciências.30 . Collected Papers, 6.46.31 . Collected Papers, 6.48.www.labcom.pt✐✐✐✐

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