13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

✐✐✐✐418 Anabela Gradimesta dificulda<strong>de</strong> o sinequismo peiceano po<strong>de</strong> muito bem ser a resposta, nãopela sua presença em acto, mas porque garante um telos verda<strong>de</strong>iramente universale ao fazê-lo mostra ao homem o lugar que po<strong>de</strong> ocupar no mundo;oferece-lhe uma filosofia com a qual este po<strong>de</strong>, literalmente, viver; 1 e abrenovos horizontes <strong>de</strong> esperança para a construção do seu futuro comum. Orasem Esperança, nem a Fé nem a Carida<strong>de</strong> – no sentido <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação com ooutro – serão alguma vez possíveis.Examinemos então a reconstrução MacIntyriana <strong>de</strong>ssa história da <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>mda Ética contemporânea, para mostrar como o peirceanismo lhe po<strong>de</strong>riadar resposta.16.1 Emotivismo e catástrofe: a perda <strong>de</strong> um horizonte<strong>de</strong> fundamentação racionalO trabalho <strong>de</strong> MacIntyre inicia-se com uma suspeita, a sugestão inquietantee perturbadora <strong>de</strong> que a linguagem da moralida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria ter sofrido, numpassado longínquo, uma catástrofe tal que a enunciação moral contemporânease encontra em estado <strong>de</strong> grave <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m, mas os seus protagonistas nãodispõem sequer <strong>de</strong> meios que lhes permitam aperceber-se <strong>de</strong> que trabalhamrecorrendo a fragmentos do que outrora foi a perfeita linguagem da moralida<strong>de</strong>.Nesta hipótese aventada por MacIntyre, possuímos simulacra da moralida<strong>de</strong>,fragmentos do antigo esquema conceptual, “partes a que agora falta ocontexto don<strong>de</strong> o seu significado outrora se <strong>de</strong>rivava”. Em suma, per<strong>de</strong>u-sea compreensão teórica e prática da moralida<strong>de</strong>, e a catástrofe que conduziu aesta situação foi <strong>de</strong> tal tipo que muito poucos a reconheceram como tal. Contraisto, as filosofias dominantes do presente, analítica e fenomenológica, sãotão impotentes para <strong>de</strong>tectar a <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m do pensamento e práticas morais quenão po<strong>de</strong>rão ajudar-nos. 21 . Para empregar a feliz expressão <strong>de</strong> John Sheriff: “Peirce’s guess at the riddle offers atheory and its practical application in human affairs that the world could live with, literally”,SHERIFF, John K., <strong>Charles</strong> Peirce’s Guess at the Riddle — Grounds for Human Significance,1994, Indiana University Press, Bloomington, p. 89.2 . MACINTYRE, Alasdair, 1981, After Virtue – A Study in Moral Theory, GeneralDuckWorth & Co., London, p. 2.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!