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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐342 Anabela Gradimas coisas que são relativas à mente, sem dúvida alguma, existam à parte <strong>de</strong>ssarelação”. 36Christopher Hookway 37 parece sugerir, embora não explicitamente, e conce<strong>de</strong>ndomaior peso ao aspecto realista, uma conciliação entre o realismo ei<strong>de</strong>alismo peirceanos, semelhante à aqui <strong>de</strong>fendida; mas Hausman 38 rejeitavigorosamente a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Peirce ser um i<strong>de</strong>alista, entre outros argumentoscom base na sua teoria da percepção (que implica a existência <strong>de</strong> resextra animam), e também na sua teoria da realida<strong>de</strong> e da origem do universo,que implica, diz, que o real “não possa ser i<strong>de</strong>ntificado com o que é mental ousemelhante à mente, no sentido <strong>de</strong> “mente” para o i<strong>de</strong>alismo objectivo”. 39Não posso concordar com esta interpretação, embora esta divergênciamuito provavelmente tenha mais a ver com palavras que com coisas, e julgoter <strong>de</strong>monstrado que Peirce <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> uma forma <strong>de</strong> i<strong>de</strong>alismo objectivo que éperfeitamente compatível com o seu realismo e pragmatismo, e implica umacomplexa cosmologia evolucionária. De resto, que existe tensão, mas nãooposição, entre estas posições, é por diversas vezes afirmado ou sugerido pelopróprio Peirce. Este reconhece que as coisas do mundo são secundida<strong>de</strong>s reais,impondo-se ao homem através do outward clash, e que <strong>de</strong>las qualquerqualida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser verda<strong>de</strong>ira ou falsa, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do que do assuntopense qualquer sujeito – ora essas são as bases do seu realismo. Mas nenhuma<strong>de</strong>stas características da natureza, acrescenta, “contradiz o i<strong>de</strong>alismo,36 . “That is, there is no thing which is in-itself in the sense of not being relative to the mind,though things which are relative to the mind doubtless are, apart from that relation”, CollectedPapers, 5.311.37 . De forma breve, acredita que Peirce começa por <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r uma espécie <strong>de</strong> i<strong>de</strong>alismotranscen<strong>de</strong>ntal, <strong>de</strong> que se afasta rapidamente para assumir então esta posição “conciliatória”.Por isso assegura que para Peirce “the universe simply is a vast universal mind, <strong>de</strong>velopingitself in a logical fashion” (op. cit. p. 280), e também que “when it is claimed that externalobjects are “mental” there need be no suggestion that they are parts, or produced by, the mindsof ordinary agents or inquirers. All that is urged is that they resemble minds in certain respects”(i<strong>de</strong>m, p. 286).38 . “Peirce did not mean to equate his view with objective i<strong>de</strong>alism – unless somehow theinterpreter finds a way to construe Scotism or Scholastic Realism... as a species of objectivei<strong>de</strong>alism. Yet, given his <strong>de</strong>nial of hegelianism and his avowed Scholastic Realism, such aninterpretation surely would affirm a very peculiar form of objective i<strong>de</strong>alism”, Carl Hausman,op. cit. p. 154.39 . I<strong>de</strong>m, p. 161.www.labcom.pt✐✐✐✐

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