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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐98 Anabela GradimNeste trabalho Peirce clarifica, crê Apel, o espírito da formulação da máximapragmatista que efectuara na Berkeley Review, afastando-o <strong>de</strong>cididamentedas versões do pragmatismo popular e das interpretações behavioristasque po<strong>de</strong>riam ser assacadas à afirmação <strong>de</strong> que “diferentes crenças sãodistinguidas pelos diferentes modos <strong>de</strong> acção a que dão origem”. De facto,<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Apel, nada está mais longe do espírito <strong>de</strong> Peirce ao introduzir a máximapragmática para a clarificação do sentido que substituir o entendimentodo significado das i<strong>de</strong>ias pela observação ou <strong>de</strong>scrição das suas consequênciasfactuais.Na verda<strong>de</strong>, em sua opinião, a máxima pragmatista como método <strong>de</strong> compreensãosemântica repousa sobre um círculo lógico-hermenêutico e opera<strong>de</strong> forma inversa. Os modos <strong>de</strong> acção que distinguem os tipos <strong>de</strong> crença éque se seguem do correcto entendimento <strong>de</strong>stas, por meio <strong>de</strong> uma interpretaçãoefectuada através <strong>de</strong> inferência. Objecção possível a isto, diz Apel, éque se a máxima pragmática para o entendimento do significado já pressupõeo correcto entendimento do significado, então não po<strong>de</strong> procurar alcançaruma clarificação do significado com a ajuda do comportamento que se seguea uma crença. O pragmatismo semântico, como método para a compreensão,repousaria num círculo lógico. A resposta <strong>de</strong> Apel a esta objecção é que “esteargumento goza <strong>de</strong> larga popularida<strong>de</strong>, mas repousa, no presente caso, numaconfusão entre um legítimo circulus fructuosus na lógica sintética e um circulusvitiosus na lógica <strong>de</strong>dutiva. De facto, a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> Peirce consisteprecisamente em reconhecer o facto <strong>de</strong> que a compreensão do significado dosconceitos ou proposições po<strong>de</strong> ser aprofundada, <strong>de</strong> uma forma fundamental,pela i<strong>de</strong>ia das consequências práticas que “resultariam” <strong>de</strong> uma compreensãocorrecta. Esta i<strong>de</strong>ia é adquirida apenas através <strong>de</strong> experiências-pensadas, nãoobservações empíricas. Do meu ponto <strong>de</strong> vista, temos aqui uma forma <strong>de</strong> círculohermenêutico, tal como é <strong>de</strong>scrito por Dilthey, ou, como diz Hegel, <strong>de</strong>mediação dialéctica, que assimilou o novo elemento da mediação em curso dacompreensão do significado através da praxis futura”. 5555 . “This argument enjoys a wi<strong>de</strong> popularity, but rests in the present case (...) upon a confusionbetween a legitimate circulus fructuosus in synthetic logic and a circulus vitiosus in<strong>de</strong>ductive logic, which is of course to be avoi<strong>de</strong>d. In fact, Peirce’s discovery consists preciselyin recognizing the fact that un<strong>de</strong>rstanding of the meaning of concepts or sentences can be<strong>de</strong>epened in a fundamental way by the i<strong>de</strong>a of the practical consequences (including possibleempirical observations) that “would” result from a correct un<strong>de</strong>rstanding. This i<strong>de</strong>a is acquiwww.labcom.pt✐✐✐✐

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