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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐26 Anabela Gradimtica universal que permitiria revelar a estrutura a priori <strong>de</strong> toda a comunicaçãohumana. Neste contexto, o propósito <strong>de</strong> Apel é, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, claro: integrarnum todo coerente - mas que se revelará, no final, fragmentário, pela vastaheterogeneida<strong>de</strong> dos elementos a articular – os contributos da hermenêuticapós-hei<strong>de</strong>ggeriana, da teoria dos jogos <strong>de</strong> linguagem do último Wittgenstein,da teoria dos actos <strong>de</strong> fala <strong>de</strong> Austin e Searle, da pragmática construtivistada linguagem iniciada por Lorenzen, e da semiótica pragmaticista <strong>de</strong> Peirce. 2Tais recursos são mobilizados em or<strong>de</strong>m a ultrapassar o que consi<strong>de</strong>ra sero vício do solipsismo metodológico, patente na filosofia oci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> SantoAgostinho a Husserl, e que se baseia na pressuposição <strong>de</strong> que cada sujeitopo<strong>de</strong> atingir individualmente e pelos seus próprios meios resultados válidosno campo da ciência e do conhecimento.Peirce <strong>de</strong>sempenhará um papel fundamental nesta ultrapassagem do solipsismo,já anunciada pelo linguistic turn, pois, juntamente com Royce, <strong>de</strong>uorigem à noção <strong>de</strong> que o acesso à verda<strong>de</strong> e a proposições objectivas sobre oreal <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> um processo prévio <strong>de</strong> interpretação comunicativa do signono seio <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong>. Esta linha <strong>de</strong> investigação alimenta-se ainda <strong>de</strong>elementos peirceanos na sua tentativa <strong>de</strong> reconstituir uma unida<strong>de</strong> entre razãoteórica e prática, pois crê que tal extensão da investigação peirceana permiteesboçar as bases <strong>de</strong> uma teoria da ética comunicativa, mercê da reconstruçãoda sua noção <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inquirição.Este é, brevemente, o projecto apeleano <strong>de</strong> sempre, com os primeiros esboçosa iniciarem-se na década <strong>de</strong> 60, e cuja permanência é possível <strong>de</strong>tectarnas suas publicações até à viragem do século passado. Escorando-se no linguisticturn, estrutura-se como crítica ao solipsismo metodológico, posiçãoque se alheia da dimensão sígnica da compreensão, e da dimensão histórica ecomunal que esta comporta. Como veremos, estamos perante uma recusa doracionalismo dogmático da filosofia tradicional, que se quer substituído porum uso dialógico e crítico da razão.Isto conduz-nos ao aspecto que hoje me parece mais susceptível <strong>de</strong> constituirelemento valorizador das propostas e filosofia <strong>de</strong> Apel: tentando nãoce<strong>de</strong>r ao uso monológico e autocrático da razão, 3 também recusa abandonar-2 . APEL, Karl-Otto, Fon<strong>de</strong>ment <strong>de</strong> la philosophie pragmatique du langage dans la sémiotiquetranscendantale, in Cruzeiro Semiótico, n o 8, Porto, pp. 29-49.3 . Se o consegue, ou não, é aspecto com o qual não <strong>de</strong>sejo, por ora, comprometer-me, e quemerece discussão mais aprofundada.www.labcom.pt✐✐✐✐

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