13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐Ética e heteronomia 421cias, e as melhores são as que produzem maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bem, sendo quenenhuma acção é certa ou errada enquanto tal. Os maiores bens que se possamimaginar são as afecções pessoais e o prazer estético, logo estes tornam-se,para Moore, os únicos fins que justificam plenamente a acção humana. 8Apesar da segurança com que foram apresentadas, todas as teses <strong>de</strong> Moorepo<strong>de</strong>m facilmente ser postas em questão. MacIntyre relaciona-as <strong>de</strong> imediatocom o emotivismo. Não é por aci<strong>de</strong>nte que os mo<strong>de</strong>rnos fundadores do emotivismoforam discípulos <strong>de</strong> Moore; e não é implausível supor que eles <strong>de</strong> factoconfundiram a enunciação moral em Cambridge <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 1903 com a enunciaçãomoral enquanto tal - e que portanto apresentaram essencialmente umateoria correcta sobre a enunciação moral em Cambridge como se fosse umateoria sobre a enunciação moral em-si. 9 Ora, diz MacIntyre, padrões moraisobjectivos e impessoais po<strong>de</strong>m ser justificados racionalmente, ainda que emalgumas culturas a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tal justificação já não esteja disponível. Oproblema é que o emotivismo toma esta indisponibilida<strong>de</strong> contingente comosendo uma realida<strong>de</strong> universal, pronunciando-se sobre a totalida<strong>de</strong> da históriada filosofia moral. 10 Ora para MacIntyre é possível justificar objectiva eracionalmente padrões morais, mesmo sem alguns momentos <strong>de</strong> algumas culturasessa possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> justificação já não se encontra disponível. ParaMacIntyre, esse é o caso no presente frame emotivista que enforma a nossacultura. Mas o que o emotivismo faz é generalizar abusivamente a constatação<strong>de</strong>sse facto, universalizando-o, e negando a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> justificação,lançando “um veredicto sobre toda a história da filosofia moral, obliterando ocontraste entre o passado e o presente...”. 11Mas para MacIntyre a actual linguagem da moralida<strong>de</strong> é fruto <strong>de</strong> uma mutilação,<strong>de</strong> tal forma que só possuímos fragmentos <strong>de</strong>sfigurados da antiga to-8 . “...personal affections and aesthetic enjoyments inclu<strong>de</strong> all the greatest, and by far thegreatest goods we can imagine. This is “the ultimate and fundamental truth of Moral Philosophy”.The achievement of friendship and the contemplation of what is beautiful in natureor in art become certainly almost the sole, and perhaps the sole justifiable ends of all humanaction”, i<strong>de</strong>m, p. 15.9 . MACINTYRE, Alasdair, 1981, After Virtue – A Study in Moral Theory, GeneralDuckWorth & Co., London, p. 17.10 . “For what emotivism asserts is in central part that there are and can be no valid rationaljustification for any claims that objective and impersonal moral standards exists, and hence thatthere are no such standards”, i<strong>de</strong>m, p. 19.11 . I<strong>de</strong>m, p. 19.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!