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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐112 Anabela Gradimtrês proposições cotárias. Admite como tendo significado proposições sobreum continuum genuíno, especialmente um contínuo temporal, sob a pressuposição<strong>de</strong> que “tal continuida<strong>de</strong> é dada na percepção” – isto porque “parecemosperceber um genuíno fluxo <strong>de</strong> tempo, tal que os instantes se fun<strong>de</strong>m uns nosoutros sem uma individualida<strong>de</strong> separada” 80 – e é aqui que a filosofia sinequista<strong>de</strong> Peirce se torna mais visível.Estabelecendo a necessida<strong>de</strong> da percepção da continuida<strong>de</strong> por meio dasproposições cotárias, é implicada ainda uma i<strong>de</strong>ia que fornece uma correcçãoessencial tanto ao pragmatismo <strong>de</strong> Peirce como à sua teoria da realida<strong>de</strong>. Nasproposições cotárias a generalida<strong>de</strong> e a continuida<strong>de</strong> são equacionadas comoaspectos da categoria <strong>de</strong> thirdness. Disto segue-se que, para Peirce, a percepçãoda continuida<strong>de</strong>, especialmente do tempo, é o aspecto percepcionávelda generalida<strong>de</strong>, porque é o aspecto inconsciente e incontrolável da mediaçãoracional no processo <strong>de</strong> inferência. Segundo Peirce o processo <strong>de</strong> formar ojuízo perceptual, porque é subconsciente, não tem <strong>de</strong> fazer actos separados <strong>de</strong>inferência, mas executa o seu acto num processo contínuo.Isto resulta numa nova consequência para a teoria realista dos universais<strong>de</strong> Peirce. Esta posição já não se baseia meramente apenas na consi<strong>de</strong>raçãocrítica do significado <strong>de</strong> que as proposições gerais po<strong>de</strong>m em princípio serobjectivamente válidas se os argumentos <strong>de</strong>vem ter algum significado. Antes,eles <strong>de</strong>vem basear-se no postulado <strong>de</strong> que proposições gerais e empíricas,isto é, hipóteses <strong>de</strong> leis, têm <strong>de</strong> ser confirmáveis percebendo o geral comocontinuida<strong>de</strong>, se vamos admiti-las como hipóteses com significado.“Porque é que à percepção é conferida uma tal autorida<strong>de</strong> relativamenteao que é real”? Peirce <strong>de</strong>scobre que lhe falta fazer a mediação entre os factosindividuais brutos aqui e agora, e a generalida<strong>de</strong> da teoria, uma mediação pormeio da experiência da natureza qualitativa dos factos que coli<strong>de</strong>m com o ego,mas não o confrontam como algo. Para esta mediação ser possível temos <strong>de</strong>ser capazes <strong>de</strong> experienciar leis gerais na natureza qualitativa dos factos queobe<strong>de</strong>cem a essas leis. Isto é, diz Apel, tem <strong>de</strong> haver não apenas uma sensação80 . “ In the fifth place it may be held that we can be justified in inferring true generality,true continuity. But I do not see in what way we ever can be justified in doing so unless weadmit the cotary propositions, and in particular that such continuity is given in perception; thatis, that whatever the un<strong>de</strong>rlying psychical process may be, we seem to perceive a genuine flowof time, such that instants melt into one another without separate individuality”, in CollectedPapers, 5.205.www.labcom.pt✐✐✐✐

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