13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

✐✐✐✐128 Anabela Gradim4.3 Transformação da Filosofia e a priori da argumentaçãoO conhecimento e a argumentação envolvem uma relação semiótica que nãopo<strong>de</strong> ser reduzida à relação diádica sintáctico-semântica. Uma teoria que seabstraia do sujeito e da dimensão pragmática ver-se-á envolvida numa recursivida<strong>de</strong>ilimitada <strong>de</strong> que não consegue escapar. Pelo contrário, a assunçãodo papel do sujeito e da sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reflectir sobre as pré-condições<strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> e valida<strong>de</strong> da argumentação que acompanham qualquer discursoabre caminho para a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma pragmática transcen<strong>de</strong>ntalda linguagem na qual são postas as condições, <strong>de</strong> generalida<strong>de</strong> máxima, queinerem a todo o pensamento e discurso. Apel enten<strong>de</strong> a “fundação filosófica”que reclama <strong>de</strong> forma estritamente conexa com a pragmática transcen<strong>de</strong>ntal.Trata-se, na activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fundar propriamente dita, <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r a uma “reconstrução”das pré-condições <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> e valida<strong>de</strong> da argumentação eda lógica.Esta reconstrução da ética difere da filosofia transcen<strong>de</strong>ntal kantiana porquecoloca o seu ponto <strong>de</strong> partida na unida<strong>de</strong> intersubjectiva da interpretaçãoou compreensão – passível <strong>de</strong> ser atingida pela comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicaçãoilimitada – e não na unida<strong>de</strong> da autoconsciência. Daí que Apel apeli<strong>de</strong> o seutrabalho <strong>de</strong> “Transformação da Filosofia” referindo-se, claro está, à filosofiatranscen<strong>de</strong>ntal kantiana, e que emerge do a priori da argumentação comoponto <strong>de</strong> partida “quasi-cartesiano”.Os participantes em qualquer discussão já partilham as regras operativasa priori da argumentação, que Apel acredita po<strong>de</strong>rem ser estabelecidas e explicitadasmediante a “contemplação transcen<strong>de</strong>ntal”. Por conseguinte, umsujeito que, por hipótese, tomasse uma <strong>de</strong>cisão semântica e pragmaticamenteinconsistente em termos do jogo <strong>de</strong> linguagem em curso, afastando-se da discussãocrítica e racional; alguém que escolha o “obscurantismo”, como Apellhe chama, “termina a discussão ela própria e a sua <strong>de</strong>cisão é, por conseguinte,irrelevante para a discussão”. 2626 . “Anyone who does not make this choice [da moldura criticista] but instead choosesobscurantism, terminates the discussion itself and his <strong>de</strong>cision is, therefore, irrelevant for thediscussion”, in APEL, Karl-Otto, Towards a Transformation of Philosophy, 1980, Routledge& Kegan Paul, London, p. 268.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!