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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Peirce 11contestar tais pretensões expõe aquele que argumenta a contradizer-se – nãouma contradição entre duas proposições A e não A, mas “o locutor embrulhasenuma contradição pragmática entre a proposição que alcançou e a pretensãoperformativa-reflexiva por meio da qual coloca esta proposição em discussão,como aceitável, pela comunida<strong>de</strong> argumentativa”. 7 Tal contradição, diz Apel,constitui o critério negativo <strong>de</strong> racionalida<strong>de</strong> da fundação última do logos filosófico.Por outro lado, o facto <strong>de</strong> todo o discurso e compreensão exigirem a mediação<strong>de</strong> uma tradição – aquela a que os sujeitos pertencem – relança a questãoda comunicação em novos termos: não só o do diálogo em curso no seioda comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação, mas também o que resulta da compreensãoda tradição, e que é o que permite ao sujeito envolver-se num discurso.Assim, toda a tradição histórica e cultural possui um estrutura semióticohermenêuticatriádica: A explica a B aquilo que C enten<strong>de</strong> ou significa. Esteprocesso triádico opera, por um lado, como a estrutura <strong>de</strong> uma comunicaçãosocial (tradução ou exegese <strong>de</strong>stinada a um público); por outro, como a estrutura<strong>de</strong> uma autocompreensão mútua na qual o sujeito explica a si próprio, porexemplo, o significado <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado pensamento. E todo o uso da linguagem,quer dê lugar a uma expressão pública, quer ao diálogo mudo da almaconsigo própria, <strong>de</strong>ve ser concebido como uma instância do processo triádico<strong>de</strong> interpretação dos signos, e consequentemente como instância do processo<strong>de</strong> comunicação implícito. 8Comunicação e racionalida<strong>de</strong> tornam-se assim indissociáveis quando épatente que a força ilocutória do discurso, e o estabelecimento do valor intersubjectivodo sentido dos símbolos reenviam para a função <strong>de</strong> comunicação dalinguagem. O uso comunicacional da linguagem é o instrumento do consensoque é necessário supor possível no interior da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicaçãomas, como vemos, o seu papel e <strong>de</strong>sígnios insinuam-se muitíssimo antes <strong>de</strong> adiscussão propriamente dita ter começado.Esta exposição <strong>de</strong> Apel <strong>de</strong>staca alguns dos temas chave em torno dos quaiso autor tem trabalhado, mostrando como a partir <strong>de</strong>ssas problemáticas intentoua constituição <strong>de</strong> uma Ética do Discurso. Procurei ser fiel ao seu pensa-7 . Cf. APEL, Karl-Otto, Le Logos Propre au Langage Humain, 1994, Éditions <strong>de</strong> L’Éclat,Paris.8 . Cf. APEL, Karl-Otto, Le Logos Propre au Langage Humain, 1994, Éditions <strong>de</strong> L’Éclat,Paris.www.labcom.pt✐✐✐✐

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