13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐104 Anabela GradimA fenomenologiaOutra consequência do enquadramento da máxima pragmática em termos dasciências normativas (Lógica, Ética e Estética), é que estas reclamam comosuporte mais duas ciências abstractas, que agem sem qualquer relação com oreal. A primeira <strong>de</strong>stas é a fenomenologia 63 ou faneroscopia, do grego phaneron,como Peirce também lhe chama, a qual por sua vez <strong>de</strong>manda uma matemáticapura, ciência que estuda a lógica formal das relações que a fenomenologiapressupõe, e trata daquilo que po<strong>de</strong>ria existir, num qualquer universopossível que consi<strong>de</strong>re.Esta viragem fenomenológica, para “a primeirida<strong>de</strong> da visão”, põe a nu,diz Apel, uma aporia fundamental do pensamento do último Peirce, e que este,a <strong>de</strong>speito dos seus esforços, não consegue resolver totalmente.A questão, tal como Apel a apresenta, é a seguinte. Na sua teoria da cogniçãoPeirce apresenta a terceirida<strong>de</strong> (lei, regra, generalida<strong>de</strong>, continuida<strong>de</strong>,mediação) como po<strong>de</strong>ndo ser dada qualitativamente na percepção sob a forma<strong>de</strong> primeirida<strong>de</strong>; sendo que essa percepção, como cognição que é, tem, <strong>de</strong>sseponto <strong>de</strong> vista, <strong>de</strong> ser compreendida como terceirida<strong>de</strong>, sendo esta a formamais perfeita que o mo<strong>de</strong>lo do continuum po<strong>de</strong> atingir. Ora a contradição resi<strong>de</strong>no facto <strong>de</strong> que o modo <strong>de</strong> visão próprio da fenomenologia, que é livre<strong>de</strong> interpretação, relações e pressuposições, dificilmente será compaginávelcom esta visão da imediatida<strong>de</strong> mediada. O argumento <strong>de</strong> Apel, aqui, é queo que não é mediado, <strong>de</strong>vido às características semióticas do conhecimento,é <strong>de</strong>stituído <strong>de</strong> significado, permanece preso ao instante presente e não po<strong>de</strong>logical aspects of cognition in terms of empirical hypothesis formation”, in APEL, Karl-Otto,<strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce — from Pragmatism to Pragmaticism, 1995, Humanities Press, NewJersey, p. 107.63 . “But before we can attack any normative science, any science which proposes to separatethe sheep from the goats, it is plain that there must be a preliminary inquiry which shall justifythe attempt to establish such dualism. This must be a science that does not draw any distinctionof good and bad in any sense whatever, but just contemplates phenomena as they are, simplyopens its eyes and <strong>de</strong>scribes what it sees; not what it sees in the real as distinguished from figment- not regarding any such dichotomy - but simply <strong>de</strong>scribing the object, as a phenomenon,and stating what it finds in all phenomena alike. (. . . ) I will so far follow Hegel as to call thisscience Phenomenology although I will not restrict it to the observation and analysis of experiencebut extend it to <strong>de</strong>scribing all the features that are common to whatever is experienced ormight conceivably be experienced or become an object of study in any way direct or indirect”,Collected Papers, 5.37.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!