13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Peirce 19Na visão <strong>de</strong> Peirce a moralida<strong>de</strong> consiste em hábitos <strong>de</strong> conduta. É claroque esses hábitos são capazes <strong>de</strong> mudança através do autocontrole. Contudo,tais mudanças <strong>de</strong> hábito são a excepção, não a regra. Em ética o homem estápreocupado com os hábitos <strong>de</strong> conduta que <strong>de</strong>finem o carácter <strong>de</strong> uma pessoa.O cepticismo <strong>de</strong> Peirce em relação à ética filosófica é que, dada a natureza daprópria moralida<strong>de</strong>, a filosofia é, neste tema, essencialmente supérflua.O carácter <strong>de</strong> uma pessoa não é dado a priori, <strong>de</strong>termina-se pelas suasacções, po<strong>de</strong>ndo ser moldado a partir <strong>de</strong>las. E <strong>de</strong>termina-se então pelas suasacções <strong>de</strong> duas formas: quando olhamos para alguém vemos o seu carácterpelo exame das suas acções; as suas acções, os hábitos que pratica, moldamo seu carácter. Não é possível pegar num homem, sem carácter ou “consciência”,sentá-lo a uma mesa e discutir com ele qual a <strong>de</strong>cisão mais racional, aqual, só por ser a mais racional – ainda que se chegasse a consenso sobre isso– <strong>de</strong>ve ser acatada. 12O maior problema em qualquer conflito é o facto bruto da tenacida<strong>de</strong>. Nãose po<strong>de</strong> discutir com verda<strong>de</strong>iros crentes. É por isso que uma i<strong>de</strong>ologia po<strong>de</strong>ser tão insidiosa. A moralida<strong>de</strong> cega <strong>de</strong> todos os verda<strong>de</strong>iros crentes é maisprontamente compreensível em termos <strong>de</strong> sentimento que <strong>de</strong> argumentação.A ética tem sempre a ver com aquilo que somos – “não se po<strong>de</strong> negligenciara importância sem paralelo da auto-i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> das pessoas envolvidasno discurso. E também não é suficiente assumir a eficácia da competênciacomunicativa universal. A própria linguagem está entretecida com a autoi<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>humana. Os filósofos não po<strong>de</strong>m colocar a sua esperança numa12 . “The pursuit of a conscience, if one hasn’t one already, or of a religion, which is thesubjective basis of conscience, seems to me an aimless and hypochondriac pursuit. If a manfinds himself un<strong>de</strong>r no sense of obligation, let him congratulate himself. For such a manto hanker after a bondage to conscience, is as if a man with a good digestion should castabout for a regimen of food. A conscience, too, is not a theorem or a piece of informationwhich may be acquired by reading a book; it must be bred in a man from infancy or it willbe a poor imitation of the genuine article. If a man has a conscience, it may be an article offaith with him, that he should reflect upon that conscience, and thus it may receive a further<strong>de</strong>velopment. But it never will do him the least good to get up a make-believe scepticism andpretend to himself not to believe what he really does believe. In point of fact, every man bornand reared in a christian community, however little he may believe the dogmas of the Church,does find himself believing with the strongest conviction in the moral co<strong>de</strong> of christendom. Hehas a horror of mur<strong>de</strong>r and incest, a disapproval of lying, etc., which he cannot escape from”,Collected Papers, 8.45.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!