13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐114 Anabela Gradimprocura apresentar as duas teorias que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ra na sua juventu<strong>de</strong>, o sensocomum crítico, 84 e a teoria realista dos universais, como consequências dopragmatismo. Ao fazê-lo, apresenta uma nova perspectiva da relação entre ateoria realista dos universais e o pragmaticismo.Quando, em 68, Peirce <strong>de</strong>finiu o real como o cognoscível, ligou-o ao processoteleológico <strong>de</strong> cognição que, neste sentido, possui uma tendência pré<strong>de</strong>terminada.Mas o homem ignora sempre se esse objectivo será alcançado eé esta natureza in<strong>de</strong>finida, não pré-<strong>de</strong>terminada, do futuro, que motiva o compromissoético e a esperança no futuro que <strong>de</strong>vem orientar todo o homem.A questão tem pois <strong>de</strong> ser equacionada através da existência <strong>de</strong> real vaguenessno mundo, enquanto futuro aberto à possibilida<strong>de</strong>, tal como é exigidopela <strong>de</strong>finição crítica <strong>de</strong> significado do real como aquilo que é cognoscível, eimplicado pela máxima pragmática.É evi<strong>de</strong>nte, explica Apel, que a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> experienciar “a realida<strong>de</strong>do real” – e Peirce alonga-se aqui na exposição do exemplo da dureza dodiamante, que nunca é actualmente testada – pressupõe a existência <strong>de</strong> umapossibilida<strong>de</strong> real, ou real vagueness, para usar a terminologia peirceana, projectadano futuro. Posto isto, a verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma proposição condicional geral,não implica apenas a possibilida<strong>de</strong>, condicionada por uma lei, <strong>de</strong> <strong>de</strong>duzir umresultado experiencial esperado; implica também a liberda<strong>de</strong> do experimentadorpara fornecer a condição antece<strong>de</strong>nte através <strong>de</strong> alguma praxis real.Apel conclui, do seu estudo, que o pragmaticismo <strong>de</strong> Peirce é fundamentalmenteuma "lógica da ciência"projectada no futuro, e que se esse programafor cotejado, por exemplo, com a lógica da ciência posteriormente <strong>de</strong>senvolvidapela filosofia analítica, constata-se que a aproximação tridimensional dasemiótica peirceana é sensivelmente superior ao programa bidimensional –que integra apenas as dimensões sintáctica e semântica – herdado do positivismo.A perspectiva bidimensional é redutora porque circunscreve a dimensãopragmática às ciências empíricas. Na opinião <strong>de</strong> Apel, presentemente,assiste-se a uma “reestruturação” <strong>de</strong>ssa lógica bidimensional em favor <strong>de</strong> umateoria dos <strong>sistema</strong>s da ciência tridimensional que a concebe como um empreendimentohumano e social. “A comunida<strong>de</strong> hermenêutica e transcen<strong>de</strong>ntalpostulada por Peirce não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar-se reduzir semioticamente a uma dimensãomeramente dual que a objectifica, e objectifica a relação da comunicação84 . Critical common-sensism, no original.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!