13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 239um lado, temos o realismo epistemológico, patente na teoria da realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Peirce, que sustenta ser o real distinto do homem, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte das “vagariesof me and you” e algo que se lhe impõe; por outro, o realismo metafísico,que sustenta a realida<strong>de</strong> e operativida<strong>de</strong> dos universais na natureza ou, comoPeirce gosta <strong>de</strong> colocar a questão, que a terceirida<strong>de</strong> é um agente activo e actuantena natureza, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da intervenção do homem ou <strong>de</strong> serconhecida. Existe, opera, sustenta as nossas previsões, os factos ou secundida<strong>de</strong>a ela se conformam, e po<strong>de</strong> ou não ser conhecida.É claro que este realismo metafísico peirceano está muito longe do realismoextremo <strong>de</strong> tipo platónico, que acredita serem os universais objectosdo mundo, como o está do nominalismo agressivo <strong>de</strong> tipo ockhamista, paraquem os universais são meros nomes (são nomes, dirá Peirce, mas não “meros”),criações do espírito apostas às coisas e que unem, do ponto <strong>de</strong> vistado homem, realida<strong>de</strong>s que em si nada têm <strong>de</strong> comum. Para o nominalista ouniversal é criado ex vi cognoscendi, mas nada garante que as realida<strong>de</strong>s domundo lhe correspondam, ou possuam essas características comuns que elenelas <strong>de</strong>scobre e aponta.O gran<strong>de</strong> problema dos universais é como, uma vez que pelos sentidossó apreen<strong>de</strong>mos o individual, po<strong>de</strong>mos ter conhecimento do universal. Istoé, a apreensão intelectual é do universal, mas a sensação só po<strong>de</strong> dar-nos oparticular e o singular. A questão resi<strong>de</strong> então nisto: como é que da visão <strong>de</strong>Sócrates, Alexandre, António e João é extraída a noção <strong>de</strong> homem, que é predicável<strong>de</strong> todos eles. Repare-se que esta é a questão kantiana, que constituio escopo <strong>de</strong> toda a Crítica da Razão Pura – como é possível formar juízossintéticos a priori – e é a questão a que todo o conhecimento científico tem<strong>de</strong> dar resposta se preten<strong>de</strong>r uma fundação epistemológica sã. A resposta nominalista,que Peirce acredita contamina toda a filosofia e ciência do século,não consegue explicar a possibilida<strong>de</strong> da ciência e é por isso insustentável.Afastar o erro nominalista é o primeiro serviço que o filósofo <strong>de</strong>ve prestar àciência, porque o nominalista, pecado capital, blocks the road of inquiry. 1616 . Notemos que a interpretação peirceana do nominalismo é tão lata que praticamentenenhum filósofo, <strong>de</strong> Descartes a Hegel, lhe escapa. “In short, there was a tidal wave of nominalism.Descartes was a nominalist. Locke and all his following, Berkeley, Hartley, Hume,and even Reid, were nominalists. Leibniz was an extreme nominalist, and Rémusat [C. F. M.?]who has lately ma<strong>de</strong> an attempt to repair the edifice of Leibnizian monadology, does so bycutting away every part which leans at all toward realism. Kant was a nominalist; although hiswww.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!