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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 225uma verda<strong>de</strong> lógica (a concordância <strong>de</strong> uma proposição com a realida<strong>de</strong>), umaverda<strong>de</strong> matemática, e uma verda<strong>de</strong> ética (concordância da asserção com acrença do falante), 49 um traço comum entre elas se <strong>de</strong>staca: que a inquiriçãono seu termo no infinitamente distante futuro conduza à conclusão e à crençaque nenhum facto ou inquirição posterior logrará alterar. É essa conclusão queo homem procura antecipar nas crenças falíveis que vai fixando, e o acordocom essa proposição última do consenso final, que pressupomos mas não sabemosqual é, constitui a verda<strong>de</strong> científica. 50 “Agora, o objecto da opiniãofinal, que já vimos ser in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do que qualquer pessoa particular pensa,po<strong>de</strong> muito bem ser externo à mente. E não há nenhuma objecção a dizer queesta realida<strong>de</strong> externa causa a sensação, e através da sensação causou todaaquela linha <strong>de</strong> pensamento que, finalmente, conduziu à crença”. 51Que uma crença e uma opinião <strong>de</strong> que ninguém duvida possam ser ditasverda<strong>de</strong>iras, no sentido <strong>de</strong> certeza apodíctica, inamovível e absoluta, isentada possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem revistas – porque já vimos que para Peirce elassão verda<strong>de</strong>iras – isso é algo que o filósofo não consegue admitir. Peircefundamenta essa impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma certeza absoluta, belissimamente,da seguinte forma: 52 ninguém duvida que 2 x 2 são quatro, mas essa certezanão é inamovível e apodíctica. É bem possível que assim não seja. Po<strong>de</strong> terhavido um erro <strong>de</strong> cálculo na multiplicação <strong>de</strong> dois por dois, e o que suce<strong>de</strong>uuma vez, po<strong>de</strong> muito bem repetir-se. Ora uma operação, por mais que tenhasido repetida, só o foi um número finito <strong>de</strong> vezes – e nesse número finito emque foi efectuada po<strong>de</strong> ter ocorrido o mesmo erro. Enfim, é estulto conce<strong>de</strong>r atal dúvida gran<strong>de</strong> importância, mas sê-lo-ia ainda mais admitir que haveria umpatamar, algum número <strong>de</strong> repetições <strong>de</strong>ssa operação <strong>de</strong> multiplicação, que atornaria absolutamente certa. Nesse caso, haveria um número mínimo, seja N,capaz <strong>de</strong> produzir certeza. N – 1 não produziria certeza, mas uma repetição amais já o faria, o que é absurdo, diz Peirce, porque faz a certeza <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong>49 . Collected Papers, 5.570.50 . Collected Papers, 7.188.51 . Collected Papers, 7.33952 . Collected Papers, 7.108.www.labcom.pt✐✐✐✐

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