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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Peirce 73em si, pressuposta por Kant como metafísico-transcen<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong>ixa-se a elaprópria ser integrada como o cognoscível a longo prazo, por contraste com oque po<strong>de</strong> ser factualmente conhecido a qualquer momento. Apesar <strong>de</strong> tudo,tais posições não implicam uma redução i<strong>de</strong>alista do real, mas resultam natransição <strong>de</strong> um realismo metafísico ‘externo’ para um realismo crítico dosignificado ‘interno’ que será prosseguido através <strong>de</strong> uma teoria da verda<strong>de</strong>consensual transcen<strong>de</strong>ntal e semiótica, <strong>de</strong> proveniência peirceana.Outra marca da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Peirce é que os novos instrumentos teóricoscriados por ele não preten<strong>de</strong>m substituir os critérios que nos estão disponíveispara o acordo dos juízos cognitivos com a realida<strong>de</strong> — provas experimentaise coerência <strong>de</strong> conceitos, juízos ou teorias — pelo critério do consensofactual. Em vez disso, almejam fornecer um princípio regulativo quelevaria a referir critérios <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> — sob as condições <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong>i<strong>de</strong>al, experimentalmente ilimitada, interpretativa e discursiva — a uma possívelsíntese da interpretação, que constituiria o ponto mais elevado <strong>de</strong> umateoria semiótica do conhecimento.Distanciando-se <strong>de</strong> Popper, que eli<strong>de</strong> o sujeito da investigação, e da semânticalógica <strong>de</strong> Carnap, que é estritamente formal, Apel, com base nos seusestudos peirceanos, empreen<strong>de</strong> uma tentativa <strong>de</strong> fornecer uma fundação quereconheça a importância fundamental da dimensão do sujeito na relação triádicado signo como condição <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecimento válido e objectivo.O resultado disso é uma ultrapassagem do que apelida <strong>de</strong> “solipsismometodológico”, paradigma que assume a autarquia do sujeito cognoscente, eque Apel crê se prolonga, em perfeita continuida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Descartes até Husserl.A sua resposta será, inspirado em Peirce, conceber a priori o próprio sujeitocognoscente como membro <strong>de</strong> uma “comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação ilimitada”,que na sua dimensão histórica, torna possível a existência <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong><strong>de</strong> interpretação que é sujeito cognoscente colectivo e po<strong>de</strong> servir como basepara uma fundamentação final da ética.Quanto ao trabalho sobre Peirce, propriamente dito, é sistemático o espírito<strong>de</strong> Apel, como o são também as suas leituras. Duas sínteses e dois apriori orientam a exploração pelo acervo dos escritos peirceanos: por um ladoo Pragmatismo é encarado, juntamente com o Marxismo e o Existencialismo,como uma das três gran<strong>de</strong>s narrativas que, suce<strong>de</strong>ndo-se ao hegelianismo,procuram oferecer uma base racional unificada ao discurso teorético e prático.Depois, é preciso não esquecer que o manejo do corpus <strong>de</strong> escritos peirceanoswww.labcom.pt✐✐✐✐

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