13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐272 Anabela Gradimrazão a Crátilo que <strong>de</strong>fendia haver uma relação natural entre os nomes e ascoisas que nomeiam; para logo a seguir rejeitar também a posição <strong>de</strong> Crátilo,pois há nomes mais e menos justos, é sempre possível errar ao nomear as coisas,e dado que o nome não é o próprio objecto, uma certa convenção tem<strong>de</strong> intervir no estabelecimento do significado. A conclusão <strong>de</strong> Sócrates – emlinha com as teses do platonismo em geral – é que dado o estatuto dúbio darelação entre nomes e coisas, as palavras não servem ao verda<strong>de</strong>iro conhecimento– este <strong>de</strong>ve examinar as coisas por si mesmas, não pelo nome que oshomens lhes conce<strong>de</strong>ram.Esta mesma temática é retomada na VII Carta, 19 on<strong>de</strong> Platão elenca quatroinstrumentos por meio dos quais se po<strong>de</strong>m conhecer as coisas: o nome, a<strong>de</strong>finição, a imagem e o próprio conhecimento ou razão. 20O objecto será tão mais bem conhecido quanto o cognoscente for progredindonesta escala, abandonando os meios inferiores como o nome ou a<strong>de</strong>finição, pelos que se encontrem mais próximos do objecto a conhecer. Esteconhecimento é, porém, sempre imperfeito e sujeito a erro ou falsida<strong>de</strong>, e ointelecto (nous) “é o que está mais próximo da própria coisa em semelhançae familiarida<strong>de</strong>, ao passo que os outros meios se encontram mais distantes”. 21Para atingir pleno conhecimento das coisas é necessário passar “pelos quatromeios mencionados”, mas <strong>de</strong>vido à convencionalida<strong>de</strong> da linguagem (“nãohá nenhuma razão para que o que chamamos “círculo” não seja chamado “linha””)e à sua “fraqueza intrínseca” o conhecimento é imperfeito. Na verda<strong>de</strong>o homem procura a essência das coisas, mas os quatro meios <strong>de</strong> que dispõepara conhecer dão-lhe apenas qualida<strong>de</strong>s “enchendo todos com perplexida<strong>de</strong>19 . PLATÃO, Letter VII, Complete Works, ed. John Cooper, Hackett Publishing Company,1997, Indianapolis, pp. 1646-1667.20 . “For every real being, there are three things that are necessary if knowledge of it is to beacquired: first, the name; second, the <strong>de</strong>finition; third, the image; knowledge comes fourth, andin the fifth place we must put the object itself, the knowable and truly real being. To un<strong>de</strong>rstandwhat this means, take a particular example and think of all other objects as analogous to it.There is something called a circle, and its name is this very word we have just used. Secondthere is its <strong>de</strong>finition, composed of nouns and verbs (...) Third is what we draw or rub out, whatis turned or <strong>de</strong>stroyed; but the circle itself to which they all refer remains unaffected, because itis different from them. In the fourth place are knowledge (epistemê), reason (nous), and rightopinion (...) of these reason is nearest the fifth in kinship and likeness, while the others arefurther away”, i<strong>de</strong>m, pp. 1659-1660.21 . I<strong>de</strong>m, p. 1660.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!