13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐300 Anabela Gradimàs diversas esferas que compõem o <strong>sistema</strong>; e uma classificação ou taxonomia,organizada a priori a partir da doutrina das categorias, dos diversos tipos<strong>de</strong> signo que, em teoria, po<strong>de</strong>m existir no mundo. Embora em muitos trabalhosgran<strong>de</strong> ênfase tenha sido dada ao aspecto classificatório, na verda<strong>de</strong> é oprimeiro aspecto – a semiose ou contínua inferência que percorre o mundo– que é mais fundamental, se encararmos o peirceanismo como um <strong>sistema</strong>arquitectonicamente construído.Peirce acreditava que toda a experiência, e todo o pensamento e representação,são constituídos por signos funcionando <strong>de</strong> forma triádica – isto é, nãoredutível a sucessivas ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> día<strong>de</strong>s – algo que po<strong>de</strong>mos localizar bemcedo na sua filosofia, nos primeiros papers sobre cognição, como Some consequencesconcerning certain faculties claimed for man, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rá quenão é possível pensar sem ser por meio <strong>de</strong> signos, mecanismo que insere numprocesso contínuo negando o intuicionismo, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma cogniçãoprimeira que <strong>de</strong>sse origem a todas as outras. 101Por outro lado, Peirce queixa-se a Lady Welby da excessiva “antropomorfização”das suas próprias concepções semióticas, conce<strong>de</strong>ndo por vezes nessetratamento por “<strong>de</strong>sesperar” <strong>de</strong> fazer a sua concepção mais vasta inteiramentecompreendida. 102O homem é um signo, e o universo um vasto representamen ou argumento,exprimindo um purpose mais vasto, como afirmará por mais <strong>de</strong> uma vez, peloque o processo <strong>de</strong> inferência contínua que alimenta a reflexão do homem percorretambém toda a natureza. Que o homem <strong>de</strong>le só se aperceba através <strong>de</strong>operações semióticas alimentará essa “antropomorfização”, mas é necessárioter presente que quando se fala em signo e no seu modo <strong>de</strong> funcionamento esseprocesso não se refere só, ou exclusivamente, ao homem. 103 Peirce fará, aliás,101 . É o já citado exemplo do triângulo que tem um dos seus vértices mergulhados em água.102 . “I <strong>de</strong>fine a sign as anything which is so <strong>de</strong>termined by something else, called its Object,and so <strong>de</strong>termines an effect upon a person, which effect I call its Interpretant, that the latterthereby is mediately <strong>de</strong>termined by the former. My insertion of ‘upon a person’ is a sop toCerberus, because I <strong>de</strong>spair of making my own broa<strong>de</strong>r conception un<strong>de</strong>rstood”, i<strong>de</strong>m, pp.80-81.103 . “The anti-psychological and anti-individualistic strain in Peirce’s thought is one reason,maybe the most important one, why Peirce tries to eliminate utterer and interpreter from generalsemiotics. This antipathy may be explained by a concept of science which leaves noroom for individuality and personal opinions (. . . ) I<strong>de</strong>ally utterers and interpreters would benegligible, inci<strong>de</strong>ntal circumstances in the process of semiosis by virtue of which knowledgewww.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!