13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

✐✐✐✐68 Anabela Gradim<strong>de</strong> regeneração e esperança para uma humanida<strong>de</strong> que “está con<strong>de</strong>nada aenten<strong>de</strong>r-se”. 4Em From Pragmatism to Pragmaticism Apel começa por integrar a correnteamericana na história do pensamento oci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong>ste último século. Trêsmovimentos marcam essencialmente esse espaço temporal. Marxismo, Existencialismoe Pragmatismo constituem respostas historicamente diferentes ao<strong>de</strong>safio <strong>de</strong> articular pensamento e acção, e é também esse o programa queocupa e unifica as diferentes explorações <strong>de</strong> Apel. Daí a escolha do Pragmatismopara alimentar o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong>, ex novo, resolver o problema da articulação<strong>de</strong> teoria e praxis; e, no seio <strong>de</strong>ste, a escolha da noção <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>comunicação como sujeito <strong>de</strong> consenso racional e instância on<strong>de</strong> a verda<strong>de</strong>,na perspectiva teórica, e a <strong>de</strong>cisão racional, do ponto <strong>de</strong> vista da praxis, po<strong>de</strong>mocorrer. “A concepção da comunida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al, ilimitada, interpretativa ediscursiva tornou-se frutuosa para mim como ponto <strong>de</strong> vista heurístico paraa fundação <strong>de</strong> uma ética da comunicação, i.e., <strong>de</strong> uma ética do discurso”, 5reconhecerá Apel.A pesquisa <strong>de</strong> Peirce, pelo contrário, utiliza a noção <strong>de</strong> Comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Inquirição no contexto restrito da lógica da investigação científica como lugaron<strong>de</strong>, necessariamente, a longo prazo (in the long run) – e mediante umprocesso <strong>de</strong> discussão crítica que valoriza muitíssimo a vertente empírica dalógica da investigação 6 – a verda<strong>de</strong> irá ocorrer. Ora este é um contexto, o dainvestigação científica, on<strong>de</strong> a vertente racional do homem assume a dianteirarelativamente à discussão em curso. Esta restrita comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigadorescomprometida num <strong>de</strong>bate racional está já muito distante da comunida<strong>de</strong>4 . E não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser significativo da pesada contaminação racionalista que eu hesite aquiem fazer uso da categoria metafísica <strong>de</strong> “amor” - categoria suficientemente respeitável para vir<strong>de</strong> Aristóteles a Peirce (embora na época <strong>de</strong>ste último fosse já “ousada”), e que po<strong>de</strong>ria mesmoser reconduzida aos pré-socráticos. Se tal pudor é sintoma, então, o diagnóstico mantém toda asua pertinência, pois prescindirei, com alívio, <strong>de</strong> enfrentar tão prematuramente essa dificulda<strong>de</strong>acrescida.5 . APEL, Karl-Otto, <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce — from Pragmatism to Pragmaticism, 1995,Humanities Press, New Jersey, p. XI.6 . A valorização da experiência e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recurso constante a verificações empíricasé um dos aspectos mais relevantes da lógica da <strong>de</strong>scoberta científica peirceana, e doseu falibilismo. Exigência apenas natural num homem que se orgulhava <strong>de</strong> ser “cientista <strong>de</strong>laboratório”, e cuja formação <strong>de</strong> base, é bom não esquecer, como Harvard Graduate, é umalicenciatura em Química. Cf. KETNER, Kenneth Laine, His Glassy Essence – An Autobiographyof <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce, 1998, Van<strong>de</strong>rbilt University Press, Nashville.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!