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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐448 Anabela Gradimlong run - fica por resolver, ou é remetida para uma insustentável escolha <strong>de</strong>fé.A tautologia em que se encerra o raciocínio <strong>de</strong> Apel diz, grosso modo,o seguinte: “o homem é racional porque faz parte <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>comunicação”, posto o que uma discussão racional que permita chegar a umconsenso, e à obtenção <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões racionais, tem <strong>de</strong> ser possível.No final da sua vida Peirce irá unir sob a arquitectónica, o pragmaticismo,as categorias, semiótica, realismo escolástico, sinequismo e tiquismo. É a teoriadas Ciências Normativas que fornece unida<strong>de</strong> ao pragmatismo que começoua <strong>de</strong>finir ainda na sua juventu<strong>de</strong>. 13 E será a introdução <strong>de</strong> uma teleologia,da concepção <strong>de</strong> um fim, que <strong>de</strong>svia finalmente o pragmaticismo da noção<strong>de</strong> que o único fim do pensamento é a acção. Deste modo, o entendimentocorrecto e sistemático do pragmatismo envolve o sinequismo, a doutrina daexistência <strong>de</strong> lei e or<strong>de</strong>m no universo. E o que Peirce <strong>de</strong>scobre com as ciênciasnormativas - Estética, Lógica e Ética – é que toda a acção supõe um fim,e estes fins estão no modo <strong>de</strong> ser ou pertencem à categoria do Pensamento(thirdness). O pensamento, ou terceirida<strong>de</strong>, não se encontra, todavia, apenasna consciência, mas é omnipresente, está em tudo, <strong>de</strong> forma que po<strong>de</strong>ríamosantes dizer que a consciência (o homem) está no Pensamento. Os universaissão reais, e por isso o autêntico pragmatismo é realista. Qual é o sentido daevolução? Progressiva or<strong>de</strong>m cósmica. Neguentropia, se quisermos.Na ausência <strong>de</strong> um telos, em Apel nada impe<strong>de</strong> que o universo evolua parasituações cada vez mais <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nadas, caóticas e irracionais, e que a Ética daDiscussão, que outrora até teria sido possível, não entre em irreversível <strong>de</strong>composiçãoà medida que se refinam os meios <strong>de</strong> <strong>de</strong>struição e auto<strong>de</strong>struiçãoque o homem vai colocando ao seu próprio dispor. E se um <strong>de</strong>sfecho <strong>de</strong>staor<strong>de</strong>m é mais que plausível – Peirce, o falibilista, talvez o pu<strong>de</strong>sse igualmenteadmitir – nada acrescenta ao mundo ou à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nele <strong>de</strong>senvolvermosuma acção relevante para o progresso material e espiritual. Pelo contrário,po<strong>de</strong> alimentar o cepticismo e a impotência, prejudicando a própria discussão.A beleza do esquema peirceano – trata-se <strong>de</strong> uma ontologia – é que ametafísica e a unificação das ciências reintroduzem no mundo a noção <strong>de</strong>divisão entre iluministas-kantianos e éticas clássicas heterónomas, a <strong>de</strong> Apel é certamente umaque é her<strong>de</strong>ira do projecto das luzes, e que jamais se dota <strong>de</strong> um fim exterior à razão ela própria.13 . Cf. por exemplo Fixation of Belief ou How to Make our I<strong>de</strong>as Clear.www.labcom.pt✐✐✐✐

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