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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐Ética e heteronomia 437cessárias a atingir os bens internos a uma prática, e não apenas sustendo umaforma <strong>de</strong> vida individual na qual o indivíduo busca o seu próprio bem, mastambém sustendo as tradições que fornecem às práticas e à vida individual oseu contexto.Só po<strong>de</strong>mos enten<strong>de</strong>r a noção <strong>de</strong> bem para alguém encarando essa vida comouma narrativa - é a falta <strong>de</strong> qualquer concepção unificadora àcerca da vidahumana que subjaz à negação mo<strong>de</strong>rna <strong>de</strong> que os julgamentos morais possamser factuais.16.6 Para uma nova ética das virtu<strong>de</strong>s: O neo-aristotelismo<strong>de</strong> MacIntyreDa Ida<strong>de</strong> Média ao presente a lista das virtu<strong>de</strong>s alterou-se e sofreu uma evolução- nem po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong> outra maneira pois o conceito <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> narrativae <strong>de</strong> prática alterou-se no mesmo período. Ora, <strong>de</strong>saparecendo os conceitos<strong>de</strong> práticas com bens internos e <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> da vida humana, em que se transformamas virtu<strong>de</strong>s? Há uma maneira nova <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r as virtu<strong>de</strong>s assimque são mutiladas do seu contexto tradicional: ou as virtu<strong>de</strong>s são entendidascomo expressão das paixões naturais <strong>de</strong> cada um, ou po<strong>de</strong>m ser entendidascomo as disposições necessárias a limitar essas mesmas paixões.Foi no século XVII e XVIII que a moralida<strong>de</strong> veio a ser entendida comoum freio limitador do egoísmo dos indivíduos. Na visão tradicional aristotélicatal problema não ocorre pois o que a educação nas virtu<strong>de</strong>s ensina é queo meu bem enquanto homem é o mesmo que o bem dos outros homens comquem eu estou ligado numa comunida<strong>de</strong> humana. Não há nenhuma maneirapela qual a prossecução do meu bem seja antagónica à prossecução do bemdo outro, pois os bens não são proprieda<strong>de</strong> privada. O egoísta é, nesta visão,alguém que se enganou sobre on<strong>de</strong> o seu bem jaz.Mas para o século XVII e XVIII a noção aristotélica <strong>de</strong> um bem partilhadoé uma quimera - aqui cada homem aspira apenas a satisfazer os seus <strong>de</strong>sejos.Claro que quando a teleologia é abandonada há sempre tendência a substituílapor alguma versão do estoicismo. As virtu<strong>de</strong>s já não são praticadas pornenhum bem exterior à prática das virtu<strong>de</strong>s ela própria. A virtu<strong>de</strong> passa a sero seu próprio fim e o seu próprio motivo. Esta tendência estóica acredita quehá um único padrão <strong>de</strong> virtu<strong>de</strong>.www.labcom.pt✐✐✐✐

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