13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

✐✐✐✐88 Anabela Gradimprocessos cognitivos mergulham no inconsciente, mas o homem tem <strong>de</strong> presumirque existem processos inferenciais para lá <strong>de</strong>sse nível. Peirce concluique, por paradoxal que isso possa parecer, nenhuma cognição que não seja<strong>de</strong>terminada por uma anterior po<strong>de</strong> ser conhecida, posto o que, não existe,por ser incognoscível. Assim, não é verda<strong>de</strong>iro que <strong>de</strong>va existir uma primeiracognição na série <strong>de</strong>stas: o conhecimento surge por um processo contínuo,sem precisão <strong>de</strong> uma cognição “absolutamente primeira” 30 que <strong>de</strong>sse início àca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> pensamento. “A partir do nosso segundo princípio, pelo qual nãohá intuição nem cognição que não seja <strong>de</strong>terminada por cognições anteriores,segue-se que a irrupção <strong>de</strong> uma nova experiência nunca é uma coisa instantânea,mas sim um acontecimento que ocupa tempo e vai passando por umprocesso contínuo” 31 .No segundo ensaio sobre teoria do conhecimento, Some Consequences ofFour Incapacities 32 , publicado também em 1868, Peirce ocupa-se das formas<strong>de</strong> inferência e da relação do homem com a linguagem, propondo também ateoria do homem como pensamento-signo, a que a arquitectónica do <strong>sistema</strong>,mediante as categorias, dará consistência no futuro. Nesse texto trata <strong>de</strong> retiraras consequências das incapacida<strong>de</strong>s atribuídas ao homem no ensaio anterior,reforçando as teses aí esboçadas: que o homem não tem po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> introspecção,<strong>de</strong>rivando o seu conhecimento interno, por raciocínio, <strong>de</strong> factos externos;que não tem po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> intuição pois a cognição é <strong>de</strong>terminada por outras prévias;e que não po<strong>de</strong> pensar sem signos, nem pensar o incognoscível.O texto inicia com uma rejeição veemente do cartesianismo, contrapondoao sujeito subjectivo <strong>de</strong> conhecimento a noção <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigadores,ou “dos filósofos”, como aí se lhes refere, a qual procura o acordorelativamente às teorias científicas que são objecto do seu estudo.Como consequência dos dois primeiros princípios, sendo o homem incapaz<strong>de</strong> introspecção e intuição, Peirce <strong>de</strong>riva a tese <strong>de</strong> que é necessário30 . In Writings of <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce: A Chronological Edition, ed. FISCH, Max, et al.,Bloomington, Indiana University Press, vol. II, p 214.31 . “From our second principle, that there is no intuition or cognition not <strong>de</strong>termined byprevious cognitions, it follows that the striking in of a new experience is never an instantaneousaffair, but is an event occupying time, and coming to pass by a continuous process”, in Writingsof <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce: A Chronological Edition, ed. FISCH, Max, et al., Bloomington,Indiana University Press, vol. II, p. 224.32 . I<strong>de</strong>m, pp. 211-242.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!