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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐224 Anabela Gradima <strong>de</strong> que uma proposição qualquer po<strong>de</strong>ria ser “infalivelmente verda<strong>de</strong>ira”. 44A verda<strong>de</strong> é um empreendimento social e, nesse sentido, é pública: trata-sedaquilo <strong>de</strong> que qualquer pessoa ficaria convencida se levasse a sua inquirição,“a sua busca sincera por uma crença inamovível”, suficientemente longe.Qualquer outra forma <strong>de</strong> encarar a verda<strong>de</strong> terá <strong>de</strong> conduzir aos excessosdo racionalismo <strong>de</strong> tipo cartesiano, em que um e apenas um se po<strong>de</strong> arrogar aodireito <strong>de</strong> adoptar crenças eminentemente fúteis, a que mais ninguém a<strong>de</strong>re.Cada um se po<strong>de</strong>rá estabelecer como “pequeno profeta”, vítima da estreitezadas próprias opiniões. 45Mas se a verda<strong>de</strong> for algo público, os excessos do racionalismo serão afastados,ao mesmo tempo que o homem fica na posse <strong>de</strong> um método que – nãosendo infalivelmente verda<strong>de</strong>iro (é uma mera <strong>de</strong>finição), nem po<strong>de</strong>ndo apontaro que é infalivelmente verda<strong>de</strong>iro – permite <strong>de</strong>finir verda<strong>de</strong> como um princípioregulador a que se chegará num tempo suficientemente vasto, emborajá não autorize a crer na sua presença actual. “Não digo que é infalivelmenteverda<strong>de</strong>iro que exista alguma crença à qual uma pessoa chegaria se levassea sua inquirição suficientemente longe. Apenas digo que isso, e apenas isso,é o que chamo <strong>de</strong> Verda<strong>de</strong>. Mas não posso saber infalivelmente que existequalquer Verda<strong>de</strong>”. 46É “mera pedanteria” distinguir a verda<strong>de</strong> – aquilo que se crê – da atitu<strong>de</strong><strong>de</strong> aceitar uma hipótese por servir a tornar os fenómenos inteligíveis. 47 Umateoria po<strong>de</strong> muito bem ser útil sem ser totalmente verda<strong>de</strong>ira. “Em muitoscasos – diz Peirce – especialmente em problemas práticos, escolhemos <strong>de</strong>liberadamenteteorias que sabemos não serem exactamente verda<strong>de</strong>iras, masque possuem a vantagem <strong>de</strong> uma simplicida<strong>de</strong> que nos permite <strong>de</strong>duzir assuas consequências. Isto é verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> quase todas as teorias utilizadas porengenheiros <strong>de</strong> todos os tipos”. 48Se a concepção <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> acordo com as ciências, havendo44 . I<strong>de</strong>m.45 . I<strong>de</strong>m.46 . PEIRCE, <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs, Semiotics and Significs — The Correspon<strong>de</strong>nce Between<strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce and Victoria Lady Welby, ed. HARDWICK, <strong>Charles</strong> S., Indiana UniversityPress, 1977, Bloomington, Indiana, p. 73.47 . PEIRCE, <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs, Semiotics and Significs — The Correspon<strong>de</strong>nce Between<strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce and Victoria Lady Welby, ed. HARDWICK, <strong>Charles</strong> S., Indiana UniversityPress, 1977, Bloomington, Indiana, p. 141.48 . Collected Papers, 7.95.www.labcom.pt✐✐✐✐

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