13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 195pensada. 76 Essa experiência <strong>de</strong>stituída <strong>de</strong> razão mediadora, a que Peirce tambémchama “obsistência” 77 é sempre passada, “esse in praeterito”. O factoque se apresenta ao homem, qualquer experiência, é sempre passado. 78 Força,resistência e binarida<strong>de</strong>, assim que é presente ao homem, que é percebida porele, é algo que já passou. O passado é a temporalida<strong>de</strong> própria <strong>de</strong> Secondness,como o presente o era da Primeirida<strong>de</strong>.Na segunda das Lectures on Pragmatism Peirce caracteriza secundida<strong>de</strong>como “luta”. 79 Esta estrutura-se em torno do par esforço-resistência, acção ereacção, e apesar <strong>de</strong> um dos pólos parecer activo e o outro passivo, o esforço<strong>de</strong>spendido é igual, e esse efeito <strong>de</strong>ve-se a uma ilusão <strong>de</strong> posicionamento. “Sevemos que a porta é puxada e aberta apesar <strong>de</strong> nós, diremos que foi a pessoa dooutro lado que agiu e nós que resistimos; enquanto se formos bem sucedidosao puxar a porta para nós, diremos que fomos nós que agimos e o outro queresistiu. Em geral dizemos do que tem sucesso ser o agente, e chamamos aoque falha paciente. Mas no que toca ao elemento <strong>de</strong> luta, não há qualquerdiferença entre ser agente ou paciente. É o resultado que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>...”. 80Secundida<strong>de</strong> envolve sempre uma relação real entre os dois relata, <strong>de</strong>forma a que possa existir uma reacção, e é por isso que o tipo <strong>de</strong> signo on<strong>de</strong>a secundida<strong>de</strong> predomina é o índice, que tem uma relação real com o seuobjecto.Secundida<strong>de</strong> é também o inesperado, aquilo que se força ao homem atravésdos sentidos, em suma, experiência – e é através <strong>de</strong>la que o homem tem anoção <strong>de</strong> dualida<strong>de</strong>. “O que atinge a visão ou o tacto, o que toca o ouvido, oque afecta o olfacto ou o palato contém algo <strong>de</strong> inesperado. É a experiênciado inesperado que força em nós a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> dualida<strong>de</strong>”. 81O carácter “bruto” é também condição essencial caracterizadora do conceito,que Peirce chega mesmo a <strong>de</strong>clarar anti-racional. “Acção bruta e arbitráriasobre outras coisas, não apenas irracional, mas anti-racional, uma vez76 . I<strong>de</strong>m.77 . “Obsistence”, no original, “sugerindo obviar, objecto, obstinado, obstáculo, insistência,resistência”, isto é, “aquele elemento que tomado em ligação com originalida<strong>de</strong> torna umacoisa tal como outra a compele a ser”, in Collected Papers, 2.79 e 2.89.78 . Collected Papers, 2.84.79 . “Struggle”, no original.80 . Collected Papers, 5.45.81 . Collected Papers, 5.539.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!