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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐388 Anabela Gradim<strong>de</strong>sdobra-a assim em dois aspectos complementares, um <strong>de</strong> reflexão, justificaçãoe validação <strong>de</strong> princípios universalizáveis; outro <strong>de</strong> discussão <strong>de</strong> normasconcretas sócio-historicamente contextualizadas, e validáveis à luz das regraspragmático-transcen<strong>de</strong>ntais pressupostas na parte A da Ética da Discussão.Notemos como Apel trilha aqui um meio caminho que preten<strong>de</strong> resolva simultaneamenteo carácter excessivamente abstracto das normas estabelecidaspelas éticas <strong>de</strong>ônticas <strong>de</strong> tipo kantiano; e o excessivo particularismo (solipsismono interior <strong>de</strong> um dado jogo <strong>de</strong> linguagem, se assim me posso exprimir)patente nas éticas <strong>de</strong> tipo platónico e aristotélico; e fá-lo tentando reter o queambas têm <strong>de</strong> melhor.Qual a importância <strong>de</strong> Peirce neste percurso? A sua semiótica é, por Apel,transcen<strong>de</strong>ntalizada; foi fundamental a noção <strong>de</strong> pragmática trabalhada porPeirce para a ultrapassagem do “solipsismo metódico”; e, por fim, a concepção<strong>de</strong> comunicação e acordo racional entre todos os que argumentam quepercorre toda a filosofia peirceana, e muito especialmente a lógica da ciência,foi inspiradora na própria elaboração do conceito <strong>de</strong> ética da discussão:aquela on<strong>de</strong> é necessário pressupor o consenso possível, tal como o pressupunhaPeirce dado um tempo suficientemente longo.Ora como nota Klaus Oehler, a transcen<strong>de</strong>ntalização da semiótica peirceananão é plano que pu<strong>de</strong>sse ter interessado ao próprio Peirce, pois este “eracéptico quanto ao grau <strong>de</strong> generalida<strong>de</strong> das estruturas imersas nas linguagensnaturais”, 41 pelo que a generalida<strong>de</strong> da semiótica como do <strong>sistema</strong> se ancoraantes na doutrina das categorias, que são o garante <strong>de</strong>ssa generalida<strong>de</strong>. 42 EmPeirce não encontramos pois nem fundacionismo nem transcen<strong>de</strong>ntalização dasemiótica – ela é geral e enforma todo o conhecimento; mas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> ainda damais generalíssima fenomenologia (“um método que é indiferente aos limitesda linguagem”) 43 e categoriologia.A racionalida<strong>de</strong> comunicativa, em Peirce, não constitui o telos que há-41 . OEHLER, Klaus, “A Response to Habermas”, in KETNER, Kenneth Laine, Peirce andContemporary Thought, Philosophical Inquiries, American Philosophy Series, 1995, FordhamUniversity Press, New York, p. 267.42 . “The speech situation and the communicative rationality implicit in it should on noaccount be ma<strong>de</strong> to bear the bur<strong>de</strong>n of providing the foundation for semeiotic. They representmerely a peculiarly privileged instance through which the basic structures of the sign can beillustrated”, i<strong>de</strong>m, p. 268.43 . I<strong>de</strong>m, p. 269.www.labcom.pt✐✐✐✐

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