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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐434 Anabela Gradim<strong>de</strong> julgar e <strong>de</strong> fazer a coisa certa, no local certo, na altura certa e da maneiracerta. 34A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> julgar <strong>de</strong>sempenha assim um papel central na vida dohomem virtuoso, pois o que numa circunstância po<strong>de</strong> ser a atitu<strong>de</strong> correcta,noutra po<strong>de</strong> constituir vício. É por isso que uma virtu<strong>de</strong> central ao homemé a phronêsis, a temperança - sem ela, nenhuma das outras virtu<strong>de</strong>s po<strong>de</strong> serexercida, e esta virtu<strong>de</strong>, dita intelectual, adquire-se através do estudo e requerinteligência por parte do agente. É por isso que para Kant uma pessoa po<strong>de</strong> serboa e estúpida, mas para Aristóteles a estupi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado tipo exclui apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se ser bom. 3516.5 As virtu<strong>de</strong>s e a tradiçãoQualquer tentativa contemporânea para encarar a vida humana como um todo,como uma unida<strong>de</strong>, cujo carácter fornece às virtu<strong>de</strong>s um telos a<strong>de</strong>quado, encontra,diz MacIntyre, dois tipos <strong>de</strong> obstáculos - um social e outro filosófico.O primeiro pren<strong>de</strong>-se com a forma como a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> divi<strong>de</strong> cada vida humananuma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> segmentos, cada um com as suas próprias normas;o filosófico consiste em pensar atomisticamente a acção humana e analisaracções complexas em termos <strong>de</strong> componentes simples - esta é a versão analítica;a versão existencialista reporta-se à separação estrita entre o indivíduo eos papéis que este <strong>de</strong>sempenha.Não é portanto surpreen<strong>de</strong>nte, julga MacIntyre, que o eu assim compreendidonão possa ser encarado como portador das virtu<strong>de</strong>s aristotélicas.Um eu separado dos seus papéis per<strong>de</strong> a arena <strong>de</strong> relações sociais na qualas virtu<strong>de</strong>s aristotélicas funcionam. A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma virtu<strong>de</strong> na vida <strong>de</strong>alguém só é inteligível como característica <strong>de</strong> uma vida unitária, uma vidaque po<strong>de</strong> ser concebida e avaliada como um todo. As acções humanas sósão inteligíveis no conjunto <strong>de</strong> uma narrativa que enforma o próprio eu e dásentido à sua prática. I<strong>de</strong>ntificar e compreen<strong>de</strong>r uma acção é sempre colocarum episódio particular no contexto <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> narrativas, históriasdos indivíduos envolvidos e do cenário on<strong>de</strong> se inserem e evoluem. O agen<strong>de</strong>nunca é mais do que o co-autor da sua narrativa; só em sonhos o homem se34 . I<strong>de</strong>m, p. 148 e ss.35 . I<strong>de</strong>m, p. 155.www.labcom.pt✐✐✐✐

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