13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

✐✐✐✐52 Anabela GradimPara fazê-lo, Apel retoma a questão das pré-condições linguísticas <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>e valida<strong>de</strong> das ciências. O mesmo é dizer que a compreensão nuncapo<strong>de</strong> ser obra <strong>de</strong> um sujeito isolado. Compreen<strong>de</strong>r e explicar algo implicamum acordo prévio com os elementos <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong>, e esse acordo é umacondição incontornável para o exercício da activida<strong>de</strong> científica. 65Este tipo <strong>de</strong> acordo, que é pressuposição das ciências naturais, como dasdo espírito, nunca po<strong>de</strong> ser objectificado à maneira <strong>de</strong> um procedimento científico,<strong>de</strong> forma que o acordo linguístico acerca daquilo que se quer significar écomplementar com a ciência objectiva. Esse acordo intersujeitos po<strong>de</strong> tornarsetema <strong>de</strong> inquirição científica, fazendo com que as ciências interpretativasque pressupõem a relação intersubjectiva sejam necessárias.A complementarida<strong>de</strong> entre cientismo e hermenêutica radica pois no facto<strong>de</strong> a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação ser uma pressuposição necessária a todo oconhecimento, mesmo o objectivo, e no <strong>de</strong> que a função <strong>de</strong>ssa comunida<strong>de</strong><strong>de</strong>va ser objecto <strong>de</strong> conhecimento científico. Aqui chegados a questão quese coloca é, evi<strong>de</strong>ntemente, a <strong>de</strong> uma fundação filosófica da hermenêutica,isto é, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma integração racional dos resultados das ciênciashermenêuticas que não os releguem para os domínios do indizível, da arte ouda autocompreensão existencial.Apel <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que a crítica da i<strong>de</strong>ologia, ao operar a mediação dialécticaentre o método objectivo-cientista e o hermenêutico po<strong>de</strong>rá ser a resposta aesta fundamentação da hermenêutica que a afaste da subjectivida<strong>de</strong> pura.Com proveito, como meio da crítica da i<strong>de</strong>ologia, se po<strong>de</strong>ria transferir omo<strong>de</strong>lo da psicoterapia para a autocompreensão filosófica da socieda<strong>de</strong> humana,diz Apel. Este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> comunicação terapêutica, explica, assenta nasuspensão parcial da comunicação e no distanciamento objectivo em relação àoutra parte. Procura-se assim “avaliar o que a outra pessoa diz como sintoma<strong>de</strong> uma situação objectiva que ele procura explicar a partir do exterior, numa65 . “A natural scientist, as solus ipse, cannot seek to explain something for himself alone.And in or<strong>de</strong>r merely to know “what” he should explain, he must have come to some agreementwith others about it. As Peirce recognized, the natural scientists community of experimentalways expresses a semiotic community of interpretation”, in APEL, Karl-Otto, Towards aTransformation of Philosophy, 1980, Routledge & Kegan Paul, London, c○ Suhrkamp Verlag,Frankfurt am Main, 1972-73, p. 58.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!