13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Peirce 33outra parte. Procura-se assim “avaliar o que a outra pessoa diz como sintoma<strong>de</strong> uma situação objectiva que ele procura explicar a partir do exterior, numalinguagem em que o seu parceiro não participa” 20 . Tal o mo<strong>de</strong>lo que o filósofo<strong>de</strong>ve adoptar, pois a explicação distanciada que supõe a suspensão parcialda comunicação acaba por se transcen<strong>de</strong>r numa auto-compreensão mais profundaque po<strong>de</strong> originar alterações ao nível das motivações e activida<strong>de</strong> dosujeito.Apel localiza uma aplicação particularmente feliz <strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo psicoterapêuticona crítica da i<strong>de</strong>ologia, e acredita que se po<strong>de</strong> operar a mediaçãodialéctica entre compreensão histórico-hermenêutica e explicação científicaatravés da utilização <strong>de</strong> tal mo<strong>de</strong>lo.2.4 Substituição da consciência transcen<strong>de</strong>ntal kantianapela comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicaçãoA transformação semiótica da lógica transcen<strong>de</strong>ntal kantiana é tema omnipresenteno percurso <strong>de</strong> Apel, e é a partir <strong>de</strong>la que se estrutura esse conceitoheurístico <strong>de</strong> alcance mais vasto que é a Comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Comunicação. Amo<strong>de</strong>rna lógica da ciência substituiu a “consciência” kantiana, o sujeito transcen<strong>de</strong>ntaldo conhecimento, pela sintaxe e semântica lógicas, que garantiriama consistência e a verificabilida<strong>de</strong> das teorias científicas. Este é, em suma, oprograma do empirismo lógico, 21 o qual apesar dos notáveis progressos alcançadosno campo da formalização, acabaria por revelar que a sintaxe e semânticalógicas eram insuficientes para garantir a estabilida<strong>de</strong> da ciência. Cedo serevelou ser imprescindível consi<strong>de</strong>rar a dimensão <strong>de</strong> interpretação dos signos,isto é, a dimensão pragmática, quando se colocou o problema da verificabilida<strong>de</strong>da ligação entre a linguagem da ciência e os factos do mundo que essasproposições <strong>de</strong>screvem. Para tais proposições serem válidas é necessário suporum acordo intersubjectivo entre os intérpretes <strong>de</strong>stas, isto é, a comunida<strong>de</strong>20 . in APEL, Karl-Otto, Towards a Transformation of Philosophy, 1980, Routledge & KeganPaul, London, c○ Suhrkamp Verlag, Frankfurt am Main, 1972-73, p. 68.21 . Sobre o movimento e as diversas fases que atravessou, veja-se o excelente artigo <strong>de</strong>JOERGENSEN, Joergen, “The Development of Logical Empiricism”, in Foundations of theUnity of Science – Toward an International Encyclopedia of Unified Science, ed. NEURATHet all., vol. II, 1970, The University of Chicago Press, p. 845-946.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!