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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐428 Anabela Gradimuma base racional para as suas crenças morais <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um entendimentoparticular da natureza humana, enquanto herdaram um conjunto <strong>de</strong> preceitosmorais, por um lado, e uma concepção <strong>de</strong> natureza humana, por outro, quetinham sido expressamente concebidos para serem discrepantes uma da outra.Herdaram fragmentos incoerentes <strong>de</strong> um esquema <strong>de</strong> pensamento e acção quejá fora coerente e, como não reconheciam a sua peculiar situação cultural ehistórica, não podiam reconhecer o carácter impossível e quixotesco da suatarefa. 29Esta mudança do carácter da moralida<strong>de</strong> já é perceptível nos escritos dosfilósofos morais do século XVIII. Embora cada um <strong>de</strong>les tentasse fundar a moralida<strong>de</strong>na natureza humana, cada vez se aproximam mais <strong>de</strong> versões da tese<strong>de</strong> que não se po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>rivar argumentos morais válidos <strong>de</strong> premissas factuais,e esta tese constitui um epitáfio ao seu próprio projecto <strong>de</strong> justificar a moral.O argumento, que bem explorado conduz inevitavelmente ao emotivismo, <strong>de</strong>rivado princípio dos lógicos medievais <strong>de</strong> que num argumento válido nadapo<strong>de</strong> aparecer na conclusão que não esteja já contido na premissa. O que foiignorado, claro, é que tal só é válido para o silogismo aristotélico, e que háinúmeros argumentos válidos em que os elementos da conclusão po<strong>de</strong>m nãoestar contidos na premissa.O que se passa, diz MacIntyre, é que os argumentos morais da tradiçãoclássica – aristotélica e medieval – envolvem pelo menos um conceito funcional,que entretanto na mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> o ser: o conceito <strong>de</strong> homementendido como tendo uma natureza e função essenciais. Quando esta tradiçãoé rejeitada, a natureza do argumento moral altera-se, sendo que <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong>ser possível <strong>de</strong>rivar conclusões morais válidas <strong>de</strong> premissas factuais. É quepara a tradição clássica ser um homem é preencher um conjunto <strong>de</strong> papéis.Só quando o homem é pensado como um indivíduo separado <strong>de</strong>stes papéis<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser um conceito funcional. Portanto, este vocabulário moral enfraquecidoconduz filósofos iluministas a admitirem como verda<strong>de</strong> lógica queargumentos morais não po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> premissas factuais, mas a verda<strong>de</strong>é que quando homem era um conceito funcional tal era possível. Isto, dizMacIntyre, assinala simultaneamente a quebra final com a tradição clássica e29 . I<strong>de</strong>m, p. 57 e ss.www.labcom.pt✐✐✐✐

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