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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐54 Anabela Gradimformalizada que os cientistas utilizam para comunicarem entre si. Depois, ecomo o segundo Wittgenstein 68 tornará patente nas Investigações Filosóficas,a substituição da função transcen<strong>de</strong>ntal do sujeito pelas regras sintácticas esemânticas da linguagem científica estava con<strong>de</strong>nada a falhar, porque qualquerlinguagem formalizada da ciência tem <strong>de</strong> ser legitimada como moldura<strong>de</strong> trabalho convencional pelos cientistas que <strong>de</strong>la fazem uso, e que terão <strong>de</strong> ajustificar numa metalinguagem que proceda à sua interpretação pragmática.A este processo <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar a dimensão pragmática e o papel da comunida<strong>de</strong><strong>de</strong> investigadores o análogo da unida<strong>de</strong> transcen<strong>de</strong>ntal da apercepçãokantiana, ou unida<strong>de</strong> sintética da consciência, chama Apel transformação semiótica– que se ocupa das três vertentes implicadas pelo signo – da filosofiatranscen<strong>de</strong>ntal.É certo que foi Morris, no seu Foundations of the Theory of Signs, 69 achamar a atenção para a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> remeter a dimensão pragmáticada função sígnica a um tópico da psicologia empírica, mas o projecto, nassuas gran<strong>de</strong>s linhas, remonta a Peirce, “o Kant da filosofia americana” 70 , <strong>de</strong>quem Morris foi discípulo.Peirce, na segunda meta<strong>de</strong> do século XIX, foi responsável pela transformaçãoda lógica transcen<strong>de</strong>ntal kantiana, dando início a uma semiótica tridimensional<strong>de</strong> contornos já perfeitamente <strong>de</strong>finidos em 1968, com On a NewList of Categories. Basicamente, a <strong>de</strong>scoberta peirceana, e a semiotização dalógica kantiana, pren<strong>de</strong>-se com a substituição do sujeito transcen<strong>de</strong>ntal pelacomunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigadores que fixam, no diálogo intersubjectivo, o sentidodos signos, sem os quais não é possível sequer a constituição dos objectos daexperiência. Peirce preocupa-se sobretudo com a consistência semântica darepresentação dos objectos por meio <strong>de</strong> signos, e essa consistência apenaspo<strong>de</strong> ser estabelecida no interior da dimensão pragmática <strong>de</strong> fixação intersubjectivado valor semântico dos signos. A comunida<strong>de</strong> ocupa assim o lugardo sujeito transcen<strong>de</strong>ntal kantiano, e fascinado com a <strong>de</strong>scoberta, Apel mais68 . WITTGENSTEIN, Ludwig, Tratado Lógico-Filosófico e Investigações Filosóficas, trad.LOURENÇO. M. S., 1987, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.69 . MORRIS, <strong>Charles</strong>, “Foundations of the Theory of Signs”, in Foundations of the Unityof Science – Toward an International Encyclopedia of Unified Science, ed. NEURATH et all.,vol. I, 1955, The University of Chicago Press, p. 77-138.70 . APEL, Karl-Otto, Towards a Transformation of Philosophy, 1980, Routledge & KeganPaul, London, c○ Suhrkamp Verlag, Frankfurt am Main, 1972-73, p. 80.www.labcom.pt✐✐✐✐

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