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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 297guística comparadas; a constatação do sistemático fracasso dos projectos <strong>de</strong>constituir uma semiótica científica; a ascensão do Romantismo, que valoriza alinguagem comum e tornou a crítica impopular; e ainda o facto <strong>de</strong> este corpo<strong>de</strong> estudos não ter cristalizado em institucionalização académica, são outrastantas razões apontadas por Dascal para o <strong>de</strong>créscimo do interesse nas investigaçõessobre semiótica que se vem verificando em finais do século XVIII. 91Esta <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> que Dascal localiza no trabalho <strong>de</strong> Kant – doravantea história da filosofia dividirá os autores em pré e pós-kantianos – não chegoua ser combatida ou invertida pelo trabalho <strong>de</strong> Wilhelm von Humboldt 92 (1767-1835), em gran<strong>de</strong> medida porque a influência <strong>de</strong>ste só se fará sentir com vigornos trabalhos muito posteriores <strong>de</strong> Whorf (1897-1941) e Sapir (1884-1939).A concepção cratiliana da linguagem 93 como meio <strong>de</strong> comunicação e <strong>de</strong>signaçãodo mundo, fabricada a posteriori <strong>de</strong> olhos postos nos objectos que<strong>de</strong>signa, é liminarmente rejeitada por Humboldt, que vê nela três propósitos:facilitar a comunicação, para o que necessita <strong>de</strong> clareza e precisão; evocar edar expressão a sentimentos; e “ter ela própria uma influência criativa ao darforma a i<strong>de</strong>ias, encorajando assim novas i<strong>de</strong>ias e combinações <strong>de</strong> novas i<strong>de</strong>ias.A este respeito requer a participação do intelecto, que <strong>de</strong>ixa a sua impressãonas palavras como um signo da sua activida<strong>de</strong>”. 94 Ele acredita que sendo alinguagem um meio <strong>de</strong> expressão das i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> um povo ou comunida<strong>de</strong>, 95está-lhe reservado simultaneamente um outro papel ainda mais fundamental:Biblioteca Universitária, Publicações Europa América, Lisboa; e KANT, Emmanuel, OeuvresPhilosophiques, vol. III, Les Dérniers Écrits, Gallimard, 1986, Paris, pp. 1008 e ss.91 . I<strong>de</strong>m, p. 757.92 . Sobre a teoria humboldtiana da linguagem, veja-se por exemplo, HUMBOLDT, Wilhelmvon, Essays on Language, ed. Har<strong>de</strong>n & Farrelly, 1997, Peter Lang, Germany; e Sobre ladiversidad <strong>de</strong> la estructura <strong>de</strong>l lenguage humano y su influencia sobre el <strong>de</strong>sarollo espiritual<strong>de</strong> la humanidad, 1990, Anthropos, Madrid.93 . Para Humboldt “o signo linguístico não se reduz a uma expressão puramente subjectiva,nem a uma forma onomatopaica, meramente imitativa dos seus objectos, é antes a efectivida<strong>de</strong><strong>de</strong> um pensamento”, Carlos João CORREIA, “Humboldt”, in Logos, EnciclopédiaLuso-Brasileira <strong>de</strong> Filosofia, vol 2, pp. 1229-1232.94 . HUMBOLDT, Wilhelm von, Essays on Language, ed. Har<strong>de</strong>n & Farrelly, 1997, PeterLang, Germany, p. 63.95 . “If it is true that the mere individuality of a language exerts an influence on the characterof nations, not only on those to which it belongs but also on those who are acquainted with it asa foreign language, then the meticulous study of language may not be exclu<strong>de</strong>d from anythingthat is concerned, both in history and in philosophy, with man’s innermost being (. . . ) Thiswww.labcom.pt✐✐✐✐

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