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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐268 Anabela GradimÉ uma distinção clássica, nos manuais <strong>de</strong> Semiótica, apresentar Peirce,juntamente com Saussure, como o fundador da mo<strong>de</strong>rna semiótica ou doutrinados signos; sendo que Saussure esteve na origem, entre os continentais, 3 <strong>de</strong>uma linha <strong>de</strong> estudos mais afins da linguística, e que se convencionou chamarsemiologia, 4 distinguindo-a assim do ramo <strong>de</strong> estudos “peirceano”, que tomao nome <strong>de</strong> semiótica e se insere numa vasta e rica tradição lógica e filosófica<strong>de</strong>dicada a estes temas. 5Estes dois programas fundadores da semiótica como disciplina autónomasão mais ou menos coexistentes no tempo, estando bem estabelecido que nemPeirce tinha conhecimento dos trabalhos do linguista suíço, nem a inversa. 6A semiótica saussureana está mais orientada para o estudo dos signos linguísticos,ao passo que em Peirce, como veremos, há uma semiotização geral daexistência e a sua semiótica, entendida como lógica, abarca tudo o que há.Foi no Curso <strong>de</strong> Linguística Geral – uma obra póstuma compilada pordois antigos alunos a partir <strong>de</strong> três cursos leccionados em Genebra entre 1906e 1911 – que Saussure lançou as bases do que viria a ser a semiótica europeia.No Cours a semiologia é postulada essencialmente para enquadrar epistemologicamente,no concerto das ciências, a novel linguística, a cujo estudoSaussure <strong>de</strong>dicará o resto da sua vida. 7Depois <strong>de</strong> distinguir a língua da linguagem, caracterizando-a como um<strong>sistema</strong> <strong>de</strong> sinais para exprimir i<strong>de</strong>ias, e nesse sentido comparável a qualqueroutro <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> sinais não verbal, Saussure diz ser necessário conceber uma3 . Penso por exemplo em Hjelmslev, Greimas, Buyssens ou Barthes.4 . Note-se que paulatinamente o termo semiótica tem vindo a ganhar terreno face a semiologiae hoje po<strong>de</strong> ser empregue, indistintamente, para significar a tradição europeia ouanglo-saxónica sobre estas ciências.5 . Para uma exploração acerca das diferenças substantivas entre semiótica e semiologia, cf.FIDALGO, António, Semiótica, A Lógica da Comunicação, 1995, Universida<strong>de</strong> da Beira Interior,Covilhã, pp. 16-19; MARTINET, Jeanne, Chaves para a Semiologia, 1974, col. Universida<strong>de</strong>Mo<strong>de</strong>rna, Publicações D. Quixote, Lisboa; TRABANT, Jurgen, Elementos <strong>de</strong> Semiótica,1976, Editorial Presença, Lisboa; DEELY, John, Introdução à Semiótica, História e Doutrina,1995, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.6 . Cf. Oswald DUCROT e Tzvetan TODOROV, “Semiótica”, in Dicionário das Ciênciasda Linguagem, 1991, D. Quixote, Lisboa, p.112.7 . “...se agora, pela primeira vez, pu<strong>de</strong>mos conce<strong>de</strong>r à linguística um lugar entre as ciências,é porque a ligamos à semiologia...”, Ferdinand <strong>de</strong> SAUSSURE, Curso <strong>de</strong> Linguística Geral, 8 aed., D. Quixote, 1999, Lisboa, p. 44.www.labcom.pt✐✐✐✐

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