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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐336 Anabela Gradima si próprio como sendo um schellingiano “<strong>de</strong> alguma estirpe” <strong>de</strong>vido à totaloposição a “todas as filosofias que neguem a realida<strong>de</strong> do Absoluto”. 19De igual modo, em carta a Abbot 20 datada <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1886, Peirce<strong>de</strong>clara “sou não apenas fenomenalista, mas também i<strong>de</strong>alista. Não discutocom o i<strong>de</strong>alismo <strong>de</strong> Hegel por ir <strong>de</strong>masiado longe; mas apenas porque é umaexplicação <strong>de</strong>masiado simples <strong>de</strong> um assunto que é mais complicado... Sendoum i<strong>de</strong>alista, claro, não posso aceitar a objectivida<strong>de</strong> das relações no sentidoem que a empregas”.11.3 A construção metafísica do i<strong>de</strong>alismoA pseudo-oposição realismo-i<strong>de</strong>alismo acha sobretudo difícil respon<strong>de</strong>r à questão<strong>de</strong> que, se a realida<strong>de</strong> é <strong>de</strong> alguma forma espírito ou da natureza do mental,como sustentar então a existência <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> separada, que “resiste” eé perfeitamente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte daquilo que o sujeito a faz ser? (i<strong>de</strong>alismo subjectivo).A resposta, nos termos <strong>de</strong> Peirce, é dada na construção metafísica do i<strong>de</strong>alismo,na qual veremos que este acaba por surgir como mais um aspecto dacontinuida<strong>de</strong> e sinequismo que percorrem o mundo.Na cosmologia <strong>de</strong> Peirce, no infinitamente remoto começo, “existia o caosdo sentimento <strong>de</strong>spersonalizado” que sendo primeirida<strong>de</strong>, livre <strong>de</strong> qualquerconexão, reacção ou regularida<strong>de</strong> “também seria sem existência”. Este sentimentoque arbitrariamente surge aqui e ali (sporting) <strong>de</strong>u início a uma tendênciapara a generalização, criando a inclinação <strong>de</strong> todas as coisas para tomaremhábitos. 21 “Assim, a tendência para o hábito ter-se-ia iniciado; e a partir <strong>de</strong>sta,com os outros princípios da evolução, todas as regularida<strong>de</strong>s do universo teriamevoluído”. O cosmos prossegue a sua evolução, pontuada aqui e ali por19 . Collected Papers, 6.605.20 . PEIRCE, <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs, Writings of <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce: A Chronological Edition,ed. FISCH, Max, et al., Bloomington, Indiana University Press, vol V, p. 280; citadotambém por Max Fisch em “Peirce’s progress from nominalism toward realism”, in FISCH,Max, Peirce, Semeiotic and Pragmatism, 1986, Indiana University Press, Bloomington, p. 191;e mencionado por Hausman, op. cit., p. 148; e Hookway, op. cit. p. 114...21 . Collected Papers, 6.33, e também 6.185 e ss.www.labcom.pt✐✐✐✐

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