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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐74 Anabela Gradimapresenta características e dificulda<strong>de</strong>s peculiares. Des<strong>de</strong> logo, porque Peircenunca escreveu nenhum trabalho que sumariasse a sua doutrina, e ao qualse pu<strong>de</strong>ssem referir os <strong>de</strong>mais escritos; e também pela própria dispersão dosmesmos, sendo que uma boa parte do espólio guardado na Houghton Library– cerca <strong>de</strong> 80 mil páginas manuscritas, a que se po<strong>de</strong>m somar outras 12 milimpressas, editadas pelo próprio Peirce 12 – continua ainda por publicar. 13Estas características do trabalho <strong>de</strong> Peirce constituem obstáculos acrescidosà tarefa <strong>de</strong> compreendê-lo e interpretá-lo. Detectar a coerência e a unida<strong>de</strong>temática que atravessa aos seus escritos não é tarefa fácil. Apel resolve a questãoanalisando Peirce <strong>de</strong> uma perspectiva cronológica e “<strong>de</strong>senvolvimentista”,dividindo o seu trabalho em “fases”, a que correspon<strong>de</strong>riam diferentes orientaçõese preocupações teóricas, mas que possuiriam, e Apel bem se esforça por12 . Cf. MOORE, Edward, no prefácio ao vol. II <strong>de</strong> Writings of <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce: AChronological Edition, vols. 1-6, ed. FISCH, Max, et al., Bloomington, Indiana UniversityPress, p. XIII.13 . Até há bem pouco tempo a principal fonte sobre o trabalho <strong>de</strong> Peirce eram os CollectedPapers, oito volumes publicados entre 1931 e 1958 pela Harvard University Press, osprimeiros seis sob a direcção <strong>de</strong> <strong>Charles</strong> Hartshorne e Paul Weiss, os dois últimos a cargo<strong>de</strong> Arthur Burks. Só no início da década <strong>de</strong> 80 o Peirce Edition Project, alojado na TexasTech University, começou a editar o Writings of <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce: A Chronological Edition,tendo sido publicados, até à data, apenas seis dos 35 volumes projectados. Os CollectedPapers foram pois durante muito tempo praticamente a única fonte impressa disponível aosPeirce scholars, mas só bem recentemente as limitações e condicionalismos <strong>de</strong> produção daobra ficaram bem estabelecidas, nomeadamente que, sendo notável o trabalho <strong>de</strong> Hartshorne,Weiss e Burks, quando foram nomeados para a tarefa <strong>de</strong> publicar os textos <strong>de</strong> Peirce erammuito jovens, praticamente graduate stu<strong>de</strong>nts, e Harvard ignorava na altura, a dificulda<strong>de</strong> daempresa e a importância da tarefa. As principais críticas apontadas aos CP são, por um lado, ofacto <strong>de</strong> alguns textos serem montagens, e miscelâneas <strong>de</strong> manuscritos escritos em momentostemporalmente distantes, e fases muito diversas da vida <strong>de</strong> Peirce; por outro, o facto <strong>de</strong> nosvolumes os textos estarem agrupados quasi por temas, e não classificados cronologicamente, oque provoca no leitor não prevenido uma noção <strong>de</strong> “continuida<strong>de</strong>”, orgânica e <strong>sistema</strong>ticida<strong>de</strong>muito diferente daquela que o pensamento <strong>de</strong> Peirce possui. Cf. KETNER, Kenneth Laine, HisGlassy Essence – An Autobiography of <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce, 1998, Van<strong>de</strong>rbilt UniversityPress, Nashville; FISCH, Max, Peirce, Semeiotic and Pragmatism, 1986, Indiana UniversityPress, Bloomington; e especialmente HOUSER, Nathan, “The Fortunes and Misfortunes of thePeirce Papers”, in Signs of Humanity — L’Homme et ses Signes, Proceedings of the InternationalIVth Congress Association for Semiotic Studies, vol. III, 1992, New York, p. 1259-1268;e KLOESER, Christian, “Mo<strong>de</strong>rn Critical Editions and the New Peirce Edition”, Signs of Humanity— L’Homme et ses Signes, Proceedings of the International IVth Congress Associationfor Semiotic Studies, vol. III, 1992, New York, p. 1251-1257.www.labcom.pt✐✐✐✐

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