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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐240 Anabela GradimAssim, do ponto <strong>de</strong> vista da questão dos universais – e <strong>de</strong> uma formamuito sucinta, pois interessa-nos não a querela que percorreu toda a Ida<strong>de</strong>Média, nem a pureza da visão escotista, mas tão só a posição epistemológicae metafísica <strong>de</strong> Peirce – três pontos <strong>de</strong> vista po<strong>de</strong>m ser adoptados. Na sendados medievais, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>finir universal como aquilo que é predicável <strong>de</strong>muitos (o velho problema do uno e do múltiplo que remonta a Platão). Umaprimeira possibilida<strong>de</strong> é acreditar que existe ante rem, a posição do realismoextremo que sustenta estarem os universais fora das coisas, e antes <strong>de</strong>las, comexistência real, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e separada, e que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Platão conduz à <strong>de</strong>svalorizaçãodo indivíduo, e por fim ao emanatismo <strong>de</strong> Plotino ou Escoto Eriúgena,e ao panteísmo. Universalia post rem é a posição nominalista, que vê no queé predicável <strong>de</strong> muitos meros nomes, flatus vocis, “signos” <strong>de</strong> que o homemse serve nas suas operações mentais (Ockham) mas aos quais nada <strong>de</strong> realcorrespon<strong>de</strong>, excepto ser essa a peculiar maneira humana <strong>de</strong> operar e conhecer.Se esta posição é, aparentemente, a mais conforme ao senso comum, 17as consequências que encerra para a ciência e o conhecimento são pesadas:o conhecimento científico, a repetibilida<strong>de</strong> e previsibilida<strong>de</strong> dos fenómenosficam por explicar. Se nenhuma forma universal existe e o mundo se resumea singulares, então o valor da proposição científica – que é constituída porafirmações gerais – é nulo ou <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> significado. Esse valor torna-se,em todo o caso, perfeitamente inexplicável. 18 Por fim, universalia in rebus, <strong>de</strong>on<strong>de</strong> são pelo homem abstraídos é a posição aristotélica, que marca as versões<strong>de</strong> realismo mo<strong>de</strong>rado, e on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos incluir Duns Escoto. 19philosophy would have been ren<strong>de</strong>red compacter, more consistent, and stronger if its authorhad taken up realism, as he certainly would have done if he had read Scotus. Hegel was anominalist of realistic yearnings. I might continue the list much further. Thus, in one word,all mo<strong>de</strong>rn philosophy of every sect has been nominalistic”, Collected Papers, 1.19. “ It isone of the peculiarities of nominalism that it is continually supposing things to be absolutelyinexplicable. That blocks the road of inquiry”, i<strong>de</strong>m, 1.170.17 . Repare-se que Peirce foi, durante um breve período da sua juventu<strong>de</strong>, nominalista, como<strong>de</strong>monstrou Max Fisch em “Peirce’s Progress from Nominalism to Realism”, e só abandonouessa visão quando se revelou insuficiente para fundar, entre outros, o conhecimento científico.18 . Por isso também há quem <strong>de</strong>fenda que Ockham perfilha um nominalismo mo<strong>de</strong>rado. Ouniversal é signo <strong>de</strong> uma pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> indivíduos (predicável <strong>de</strong> muitos) usado pelo homemcomo instrumento na activida<strong>de</strong> cognitiva, que não sendo uma entida<strong>de</strong>, nem possuindo existênciaobjectiva, pertence à própria activida<strong>de</strong> do intelecto que ocorre durante a percepção eraciocínio – daí também se apelidar a doutrina occamista <strong>de</strong> terminismo.19 . Scott David FOUTZ, “Duns Scotus on the Question of Wether a Material Substance ofwww.labcom.pt✐✐✐✐

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