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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐420 Anabela Gradimtado simultaneamente como um exercício <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res racionais e como meraexpressão <strong>de</strong> juízos assertivos é consi<strong>de</strong>rado por MacIntyre sintoma da <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>mmoral reinante.Reconstruir, contra a tradição vigente que trata o pensamento moral comofenómeno a-histórico, uma narrativa que permita traçar o rasto <strong>de</strong>sta catástrofee o contexto em que os fragmentos da linguagem da moralida<strong>de</strong> se encontravamem or<strong>de</strong>m é o propósito <strong>de</strong> After Virtue, e essa história interessa-nosespecialmente, porque as condições do fracasso kantiano, tal como foi analisadopor MacIntyre, são as mesmas <strong>de</strong> que po<strong>de</strong>remos <strong>de</strong>scobrir o rasto emApel, ele próprio um iluminista.Essa reconstrução que não ignora a dimensão histórica da Ética terá então<strong>de</strong> partir do problema fundamental a resolver, que é reportável aos dias <strong>de</strong>hoje: a aparente interminabilida<strong>de</strong> da discussão moral contemporânea, queconduziu muitos a sustentarem que o <strong>de</strong>sacordo moral tout court não po<strong>de</strong>,pura e simplesmente, ser resolvido, não se tratando isto <strong>de</strong> uma característicacontingente da nossa cultura mas <strong>de</strong> um aspecto necessário a todo o discursoavaliativo.Este argumento, nota MacIntyre, é muito semelhante ao emotivismo, adoutrina que sustenta ser todo o julgamento moral não mais do que expressão<strong>de</strong> preferências, reflectindo atitu<strong>de</strong>s e sentimentos particulares, e cujas proposiçõesnão são portanto nem verda<strong>de</strong>iras nem falsas.O emotivismo, que chegou a ser apresentado como uma doutrina sobreo significado das frases, enredando-se numa circularida<strong>de</strong> viciosa, obliteraa distinção entre expressões <strong>de</strong> preferência pessoal e expressões avaliativas, ealém disso, ao propor-se como teoria sobre o significado das frases, falha o seuobjectivo, pois precisamente a forma <strong>de</strong> veicular expressões <strong>de</strong> sentimentos epreferências a um interlocutor passa não pelo significado das frases em simas pelas características pragmáticas da enunciação, já que esta se dirige àemotivida<strong>de</strong> do locutor mais do que à sua razão.O emotivismo floresceu durante o século que passou como resposta aointuicionismo <strong>de</strong> Moore. Este acreditava ter resolvido <strong>de</strong> uma vez por todasos problemas da Ética. Moore, <strong>de</strong> acordo com a reconstrução macintyriana,<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que o bem é uma proprieda<strong>de</strong> simples, não natural e in<strong>de</strong>finível. Umaintuição é a proposição afirmando que algo é bom, ou não, e nunca po<strong>de</strong> serprovada. Neste contexto, a doutrina <strong>de</strong> Moore acaba por revelar-se como umaversão <strong>de</strong> utilitarismo: as acções <strong>de</strong>vem ser avaliadas pelas suas consequênwww.labcom.pt✐✐✐✐

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