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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Peirce 49tavelmente o primeiro pensador a tentar extrair <strong>de</strong>la uma ética, uma ética dacomunicação - projecto no qual foi seguido por Habermas - e fê-lo recorrendoà sua peculiar leitura da transformação da filosofia kantiana efectuada porPeirce, reivindicando como <strong>de</strong>scoberta maior do filósofo americano a substituiçãoda síntese transcen<strong>de</strong>ntal da apercepção <strong>de</strong> Kant – que apresentavaproblemas <strong>de</strong> muito difícil resolução – pela comunida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> investigadoresque, in the long run, po<strong>de</strong> almejar a verda<strong>de</strong>.Como se chegou até aqui? Des<strong>de</strong> o início da década <strong>de</strong> 70 que o programa<strong>de</strong> Apel <strong>de</strong> uma Transformação da Filosofia 57 tem evoluído em tornodas noções <strong>de</strong> uma hermenêutica e <strong>de</strong> uma pragmática transcen<strong>de</strong>ntais da linguagem,a primeira uma reconstrução que tem como ponto <strong>de</strong> partida históricoa hermenêutica hei<strong>de</strong>ggeriana, a última <strong>de</strong> inspiração peirceana. A aproximaçãoà epistemologia pragmaticista <strong>de</strong> Peirce é uma tentativa <strong>de</strong> ultrapassar asaporias em que o kantismo <strong>de</strong>ixara o panorama filosófico oci<strong>de</strong>ntal e, especialmente,a incapacida<strong>de</strong> do paradigma cientista-positivista que se lhe segue emproduzir uma teoria da verda<strong>de</strong> que ostentasse simultaneamente consistênciae completu<strong>de</strong>.Um quarto <strong>de</strong> século volvido 58 é ainda o mesmo projecto que continua aser glosado, <strong>de</strong>sta feita muito mais explicitamente em torno da fundamentaçãotranscen<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> uma ética da discussão <strong>de</strong> origem kantiana. Neste contexto,a Pragmática Transcen<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> inspiração peirceana intentada por Apel, masque também se alimenta da reinterpretação, à luz do último Wittgenstein, 59 daTeoria dos Actos <strong>de</strong> Fala <strong>de</strong> Austin e Searle, 60 acabará por formar o principalalicerce da sua ética da discussão. Esta constitui, para Apel, o corolário <strong>de</strong>toda a activida<strong>de</strong> filosófica digna <strong>de</strong>sse nome. Sendo a filosofia a activida<strong>de</strong>que busca a mediação entre teoria e praxis, pensamento-acção, é na resoluçãodas antinomias entre estes dois pólos que se po<strong>de</strong> reclamar do seu sentido. Nofundo, dirá Apel, é tal mediação teoria/praxis, – sobre os escombros da falên-57 . Cf. APEL, Karl-Otto, Towards a Transformation of Philosophy, 1980, Routledge &Kegan Paul, London, c○ Suhrkamp Verlag, Frankfurt am Main, 1972-73.58 Cf. APEL, Karl-Otto, Éthique <strong>de</strong> la Discussion, 1994, Humanités, Les Éditions du CERF,Paris.59 . WITTGENSTEIN, Ludwig, Tratado Lógico-Filosófico e Investigações Filosóficas, trad.LOURENÇO. M. S., 1987, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.60 . AUSTIN, J.L., How to make things with words, 1995, Oxford, Oxford University Press;e SEARLE, John R., Speech acts: an essay in the philosophy of language, 1974, Cambridge,Cambridge University Press, MA.www.labcom.pt✐✐✐✐

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