13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 323<strong>de</strong> cor <strong>de</strong> tinta já o é – trata-se <strong>de</strong> um signo que representa a cor da tinta emvirtu<strong>de</strong> meramente do seu carácter qualitativo. 182Quando um signo, tomado em si mesmo, representa por ser um existenteactual, obtém-se um Sinsigno, que é uma ocorrência (a partícula sin- <strong>de</strong>veser tomada como significando “apenas uma vez” diz Peirce em 2.245), umexistente actual ou evento que é um signo.O sinsigno só po<strong>de</strong> actualizar-se mediante qualida<strong>de</strong>s, por isso envolvesempre um ou mais qualissignos. É a singularida<strong>de</strong> do sinsigno, o facto <strong>de</strong> serúnico, que o torna um signo. É o caso da pegada do lobo, ou dos <strong>de</strong>jectos <strong>de</strong>ovelha, que apontam a passagem <strong>de</strong>sses animais. “Sempre que algum objectoou evento é usado como pista para algum outro objecto ou evento passado,presente ou espacialmente distante, essa pista é um sinsigno”, explica DavidSavan. 183 O uso ritual da linguagem, em todo o tipo <strong>de</strong> actos <strong>de</strong> fala – juramentos,casamentos, promessas – configura também um sinsigno. 184 Comoo sinsigno, como nota Peirce, transmite sempre alguma informação sobre asqualida<strong>de</strong>s do objecto a que se reporta, não po<strong>de</strong> haver sinsignos sem que <strong>de</strong>alguma forma estejam envolvidos um ou mais qualissignos.Quando o fundamento do signo é uma lei, obtém-se um Legissigno. “Umlegissigno é uma lei que é um signo. Esta lei é habitualmente estabelecidapelo homem” 185 pelo que todo o signo convencional é um legissigno, emboraa inversa já não seja verda<strong>de</strong>ira: nem todo o legissigno é convencional. Nestecaso, é um tipo geral que significa, mas para que possa significar exige umaocorrência concreta que Peirce chamará <strong>de</strong> Réplica. Por exemplo, a palavra“as” ocorrerá meia dúzia <strong>de</strong> vezes na mesma página. Em todas as ocorrências,estamos perante o mesmo legissigno, mas cada instância <strong>de</strong>le é uma réplica,isto é, um sinsigno, 186 embora constitua apenas uma classe particular <strong>de</strong>ntroda classe mais vasta dos sinsignos, porque a réplica só significa por referênciaa uma lei, enquanto há sinsignos que o fazem sem envolverem terceirida<strong>de</strong>.A segunda tricotomia do signo toma como perspectiva o tipo <strong>de</strong> relação182 . Exemplo adaptado a partir <strong>de</strong> Savan, op. cit., p. 20.183 . SAVAN, David, An Introduction to <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce full System of Semeiotic, 1988,Toronto Semiotic Circle, Toronto, Canada, p. 21.184 . I<strong>de</strong>m, p. 22.185 . Collected Papers, 5.246.186 . Collected Papers, 2.246.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!