13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

✐✐✐✐A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Peirce 133da consciência a si própria. A <strong>de</strong> Apel é uma filosofia do comprometimentoe da esperança na autotranscendência moral que o homem intenta continuamenterealizar.4.5 A ética do discurso como ética da responsabilida<strong>de</strong>Duas décadas passadas sobre o início do <strong>de</strong>bate ético lançado por “Ethics inthe scientific age” Apel passará a chamar ao seu projecto Ética do Discurso,afastando o termo Ética da Comunicação, porque se <strong>de</strong>verá aplicar ao discursoargumentativo, e não a todas as formas indistintas <strong>de</strong> comunicação, formasessas que <strong>de</strong> facto a sua ética não consegue recobrir. Trata-se não apenas <strong>de</strong>uma precisão <strong>de</strong> linguagem, mas <strong>de</strong> uma nova e menos ambiciosa <strong>de</strong>limitaçãodo território. Porém, não uma cedência. Apel continua a crer nos po<strong>de</strong>resmaravilhosos da discussão, e que só o discurso argumentativo po<strong>de</strong> fundarracionalmente normas morais.A ética do discurso aparece-lhe como a única via para a cooperação dosindivíduos na fundamentação <strong>de</strong> normas morais através da discussão racional.A argumentação <strong>de</strong>ve também, a nível filosófico, permitir a fundamentaçãoúltima <strong>de</strong> um princípio ético, do qual se possam então <strong>de</strong>rivar os discursospráticos <strong>de</strong> fundamentação <strong>de</strong> normas. Começa já aqui a esboçar-se a divisão,que não cessará <strong>de</strong> ser acentuada, entre as duas áreas ou tarefas da ética: uma<strong>de</strong> fundamentação filosófica propriamente dita, <strong>de</strong> <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> um princípioético inultrapassável, comparável ao cogito cartesiano; e outra <strong>de</strong> fundamentação<strong>de</strong> normas que têm <strong>de</strong> ser historicamente contextualizadas, e on<strong>de</strong> háespaço para a comunicação e acção estratégicas.Kant acaba, na Crítica da Razão Prática, 33 por aceitar a impossibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> uma fundamentação transcen<strong>de</strong>ntal e última da lei moral, substituindo-apela constatação <strong>de</strong> um “facto evi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> razão”. Ora Apel acredita que umatransformação pragmático-transcen<strong>de</strong>ntal da filosofia transcen<strong>de</strong>ntal kantiana,on<strong>de</strong> o a priori da consciência é substituído pelo a priori da argumentação,po<strong>de</strong> proporcionar a fundamentação última da ética que escapara a Kant. Essatransformação pragmática da filosofia transcen<strong>de</strong>ntal implica que em qualquerdiscussão se suponha sempre como “condição <strong>de</strong> resolução (...) as condições33 . KANT, Immanuel, Crítica da Razão Prática, col. Textos Filosóficos, Edições 70, trad.MORÃO, Artur, 1999, Lisboa.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!