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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐430 Anabela Gradimencontrara o caos. 31 MacIntyre acusa <strong>de</strong>pois Moore <strong>de</strong> ter aproveitado largamenteas teses <strong>de</strong> Sidgwick, mas on<strong>de</strong> este <strong>de</strong>scobre impotência e pessimismo,Moore vai reclamar ter feito uma <strong>de</strong>scoberta iluminadora e exaltante.A evolução histórica do utilitarismo e do racionalismo, MacIntyre não secansa <strong>de</strong> repeti-lo, conduziu às mo<strong>de</strong>rnas formas <strong>de</strong> emotivismo. Mas agorao autor quer provar que as personagens do emotivismo - o esteta, o terapeutae o manager - habitam um mundo <strong>de</strong> ficções morais, e mais ainda, que a personagemdo manager, que existe enquanto agente portador <strong>de</strong> eficácia, é elaprópria uma ficção. A vida social, diz, comporta elementos previsíveis e imprevisíveis,estes últimos assimiláveis ao conceito <strong>de</strong> fortuna <strong>de</strong> Maquiavel.Consequentemente, as ciências sociais não po<strong>de</strong>m <strong>de</strong> todo fornecer previsõesinequívocas nem leis absolutas, mas apenas estabelecer algum tipo <strong>de</strong> generalizações.Claro que esta constatação põe em risco o estatuto do manager,pois se a imprevisibilida<strong>de</strong> ameaça toda a vida humana, as suas pretensões <strong>de</strong>eficácia per<strong>de</strong>m gran<strong>de</strong> parte da sua força e rigor. E contudo, o status do managernunca é posto em causa, o que leva MacIntyre a concluir que o conceito<strong>de</strong> eficácia que a personagem do manager encarna não passa <strong>de</strong> mais umaficção moral contemporânea – o seu mundo e os apelos à objectivida<strong>de</strong> queprotagoniza sustêm-se num sistemático mal entendido e na crença em ficções.MacIntyre <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que foi Nietzsche o primeiro filósofo a dar conta <strong>de</strong>que os apelos à objectivida<strong>de</strong> eram afinal expressão da vonta<strong>de</strong> subjectiva,apercebendo-se também dos problemas que isto coloca à filosofia moral. Paratanto, apresenta o seguinte argumento na Gaia Ciência: se a moralida<strong>de</strong> nãoé mais que uma expressão da vonta<strong>de</strong>, a minha moralida<strong>de</strong> só po<strong>de</strong> ser o quea minha vonta<strong>de</strong> cria. Não há pois lugar para ficções como direitos naturais,felicida<strong>de</strong>, e fundamentação racional. A vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve substituir a razão, constituindoo sujeito moral autónomo. Nietzsche constitui-se como o filósofo quemelhor representa os tempos conturbados que a contemporaneida<strong>de</strong> atravessa,diz MacIntyre, pois agora a norma moral e o bem <strong>de</strong>vem necessariamente serconstrução <strong>de</strong> cada indivíduo.Depois <strong>de</strong> conduzida esta análise histórica da catástrofe que abalou a moralida<strong>de</strong>,MacIntyre intenta agora um momento construtivo, contrapondo Nietzschea Aristóteles e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo que entre estes dois filósofos se joga oque há <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisivo nos <strong>de</strong>stinos da moral. Por esta altura, a sua escolha, em31 . I<strong>de</strong>m, p. 61.www.labcom.pt✐✐✐✐

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