13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 185se <strong>de</strong> aparências ou “qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sentimento”, 10 como por exemplo umacor, um som ou um cheiro, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> serem percebidos ou recordados.Ao imaginar uma Qualida<strong>de</strong> ou Primeiro é necessário abstrair do suporte<strong>de</strong>ssa qualida<strong>de</strong>, que não lhe pertence mas mediante o qual ela é percebida: acor, por exemplo, não po<strong>de</strong> ser percebida sem uma extensão que lhe dê corpo,nem a dureza po<strong>de</strong> ser percebida sem que seja exercido um esforço – mas éessa i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> dureza como positivida<strong>de</strong> absoluta, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da resistênciaque a torna perceptível, que constitui a qualida<strong>de</strong> na sua primeirida<strong>de</strong>.Primeirida<strong>de</strong> é “a impressão total, inanalisada, produzida por qualquerpluralida<strong>de</strong> que não é pensada como facto actual, mas simplesmente comouma qualida<strong>de</strong> como simples possibilida<strong>de</strong> positiva”. 11 Os elementos do “universo<strong>de</strong> Primeirida<strong>de</strong>” são mera possibilida<strong>de</strong>, possíveis não sujeitos a nenhumalei, nem sequer ao princípio <strong>de</strong> não contradição. 12 Neste sentido, sãoencarnação <strong>de</strong> vagueness. Existem tais como são, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> qualquerrelação, e <strong>de</strong> serem percebidos, analisados ou pensados. Ora a <strong>de</strong>terminação<strong>de</strong> uma potencialida<strong>de</strong> só ocorre por referência e relação a um outro.Por isso Primeirida<strong>de</strong>, que é totalmente <strong>de</strong>spida <strong>de</strong> referência a um outro, épuro potencial.“A mera qualida<strong>de</strong>, ou isticida<strong>de</strong>, 13 não é em si uma ocorrência, comoum objecto vermelho o é; é uma mera possibilida<strong>de</strong>. O seu ser consiste nofacto <strong>de</strong> que po<strong>de</strong>ria existir essa isticida<strong>de</strong> positiva e peculiar num fenómeno.Quando digo que é uma qualida<strong>de</strong>, não quero dizer que inere num sujeito”. 14A Primeirida<strong>de</strong> é possibilida<strong>de</strong>. Os elementos que a compõem, sendo “abso-10 . “Qualities of feeling”, no original.11 . PEIRCE, <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs, Semiotics and Significs — The Correspon<strong>de</strong>nce Between<strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce and Victoria Lady Welby, ed. HARDWICK, <strong>Charles</strong> S., Indiana UniversityPress, 1977, Bloomington, Indiana, p. 25.12 . PEIRCE, <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs, Semiotics and Significs — The Correspon<strong>de</strong>nce Between<strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce and Victoria Lady Welby, ed. HARDWICK, <strong>Charles</strong> S., Indiana UniversityPress, 1977, Bloomington, Indiana, p. 81.13 . Suchness, no original, traduzido por isticida<strong>de</strong>, que me parece oferecer uma i<strong>de</strong>ia correctado que Peirce tinha em mente quando a escolheu, embora em português esse vocábulo nãoesteja dicionarizado.14 . Collected Papers, 1.304. E acrescenta: “A quality of feeling can be imagined to bewithout any occurrence, as it seems to me. It’s mere may-being gets along without any realizationat all”, i<strong>de</strong>m.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!