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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐378 Anabela Gradim<strong>de</strong> uma cebola são a cebola”, 9 ele resi<strong>de</strong> não na sua cristalização em signos,mas no processo dialógico, que é o que o materializa enquanto pensamento,conferindo-lhe existência.Demais, a comunicação entre locutor e auditor exige um “fundamento”ou “território” 10 comum entre os interlocutores, para que possa efectivar-se,e este aspecto do universo partilhado acaba por remeter directamente para aquestão da fixação intersubjectiva do valor e moldura semântica dos termos <strong>de</strong>qualquer conversação. 11 Mais, uma situação interlocutiva é sempre inter, mastambém intra-dialógica, <strong>de</strong>vido ao aspecto <strong>de</strong> in<strong>de</strong>terminação ou vaguenessda comunicação, que remete sempre para sucessivas reelaborações mentaisno âmbito do processo <strong>de</strong> semiose ilimitada em que todo o sujeito se encontraenvolvido.A questão do common ground é abordada por Peirce quando refere quetodo o signo faz parte <strong>de</strong> um universo discursivo comum a locutor e auditor,que não é explicitado no próprio signo, e do qual ambos tomam conhecimentoa partir <strong>de</strong> experiências colaterais prévias. 12 “...Todas as proposições vulgaresse referem ao universo real, e habitualmente, ao ambiente mais próximo(...) são as circunstâncias sob as quais a proposição é enunciada ou escritaque indicam esse ambiente como aquilo que é referido (...) pois o universotem <strong>de</strong> ser entendido como sendo familiar a locutor e auditor, ou nenhum tipo<strong>de</strong> comunicação sobre ele po<strong>de</strong>ria ter lugar entre os dois; uma vez que esteuniverso apenas po<strong>de</strong> ser conhecido pela experiência”. 13 Assim, dirá Peirce9 . I<strong>de</strong>m.10 . “Common ground” no original, Collected Papers, 3.621.11 . “Thus the essential office of the copula is to express a relation of a general term or termsto the universe. The universe must be well known and mutually known to be known and agreedto exist, in some sense, between speaker and hearer, between the mind as appealing to its ownfurther consi<strong>de</strong>ration and the mind as so appealed to, or there can be no communication, or“common ground” at all. The universe is thus, not a mere concept, but is the most real ofexperiences. Hence, to put a concept into relation to it, and into the relation of <strong>de</strong>scribing it, isto use a most peculiar sort of sign or thought; for such a relation must, if it subsist, exist quiteotherwise than a relation between mere concepts”, Collected Papers, 3.621.12 . “In every proposition the circumstances of its enunciation show that it refers to somecollection of individuals or of possibilities which cannot be a<strong>de</strong>quately <strong>de</strong>scribed, but can onlybe indicated as something familiar both to speaker and auditor. At one time it may be thephysical universe, at another it may be the imaginary “world” of some play or novel, at anothera range of possibilities”, Collected Papers, 2.536.13 . Collected Papers, 2.357.www.labcom.pt✐✐✐✐

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