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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐306 Anabela GradimLocke, o outro nome da Semiótica, é a terceira e última das Ciências Normativas,antecedida por Estética e Ética, e o seu primeiro ramo é a GramáticaEspeculativa (que po<strong>de</strong>ríamos equacionar com Semiótica em sentido restrito)tendo como função <strong>de</strong>screver e explicitar a forma <strong>de</strong> todos os tipos <strong>de</strong> representaçãoe conhecimento, e fornecer uma classificação do funcionamento <strong>de</strong>todos os tipos <strong>de</strong> signos.Repare-se que a Metafísica, e todas as ciências especiais que trabalhamcom resultados empíricos, só são possíveis <strong>de</strong>pois da Semiótica lançar as basesque permitirão estruturar e compreen<strong>de</strong>r os seus resultados e a obtenção<strong>de</strong>stes. Assim, a Semiótica fornece não só os princípios que tornam possíveistodos os ramos da Metafísica, 110 mas também ciências como Física, Química,Astronomia, Geografia, Geologia, Psicologia, Linguística, Etnologia ou História.Mas pese embora o papel muito geral da Semiótica, fornecendo os princípiossobre os quais funcionarão todas as outras ciências, 111 ela <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong>duas ciências ainda mais gerais: a Matemática, tratando dos objectos possíveis,e a Fenomenologia, tratando dos objectos reais (que são um subconjuntodos possíveis). Está também sujeita aos ditames da Ética e da Estética, porquepara Peirce toda a acção, mesmo aquela tão geral que é classificar e explicitaros processos semióticos, é purposive ou teleológica, cabendo à Ética e à Estéticafornecer esse purpose, <strong>de</strong>terminando qual o summum bonum que é o fim<strong>de</strong> toda a acção. 112Já vimos como a tarefa da Fenomenologia, que é o primeiro aspecto <strong>de</strong> que110 . O que levará Pape a consi<strong>de</strong>rar ser neste aspecto que se baseiam os claims <strong>de</strong> i<strong>de</strong>alismosemiótico que são atribuídos a Peirce – o facto da Metafísica <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da Semiótica, i<strong>de</strong>m, p.2021.111 . Veja-se David Savan, para quem “Peirce’s Philosophy as a whole takes representationand semeiosis to be the fundamental ontological process. To be real is to be represented ina final and infinite series of interpretants. Peirce’s semeiotic is applied by him first to logic,to science, to man – belief, emotion, perception, action – and then to nature, the cosmos andGod (. . . ) His semeiotic is unique in that it is based upon and is itself the basis for an entiresystematic philosophy”, SAVAN, David, An Introduction to <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce full Systemof Semeiotic, 1988, Toronto Semiotic Circle, Toronto, Canada, p. 19.112 . Assim, Carl Hausman: “This point is put in a way that abstracts from reference tohuman interpretation in or<strong>de</strong>r to emphasize Peirce’s intention of constructing a semeiotic fornonhuman as well as human thought, or in the most general terms, for the cosmos as well asfor the human intelligence. In any case, purposiveness and teleological character is essentialto semeiotic processes in general, when the operative representamen is a symbol”, HAUSMAN,www.labcom.pt✐✐✐✐

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