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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Peirce 81são, a ilusão <strong>de</strong> óptica será percepcionada <strong>de</strong> maneira diferente. Os juízosperceptivos estão ligados ao – e <strong>de</strong> alguma forma <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do – processo<strong>de</strong> abdução, pelo que não existem objectos <strong>de</strong> percepção em estado bruto –em si – eles são sempre já interpretados no próprio processo <strong>de</strong> percepção.Esta há-<strong>de</strong> ser orientada por algum tipo <strong>de</strong> expectativa, que condiciona o queé percebido. 21Este processo <strong>de</strong> produção do conhecimento a partir da semelhança brutado ícone, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>, será uma das características mais marcantes da doutrinafutura <strong>de</strong> Peirce do Pragmatismo, que este <strong>de</strong>senvolverá consistentemente nosanos seguintes.Apel chama “transformação semiótica do conhecimento” à invenção peirceana<strong>de</strong> reduzir a multiplicida<strong>de</strong> dos dados dos sentidos, que são icónicos, aum interpretante ou “símbolo interpretado”, e, por meio <strong>de</strong>ste, através <strong>de</strong> umainferência hipotética, à unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma proposição consistente sobre o factoexterno. Os nominalistas, pelo contrário, i<strong>de</strong>ntificam os dados dos sentidoscom a própria cognição, assumindo consequentemente a existência <strong>de</strong> coisasnão cognoscíveis.É a partir <strong>de</strong> tal transformação semiótica do conceito <strong>de</strong> conhecimento quePeirce fará a sua <strong>de</strong>dução das categorias. Esta consiste em juntar os três conceitoselementares contidos na concepção do conhecimento como função darepresentação sígnica, e que são requeridos se uma síntese da pluralida<strong>de</strong> dosdados dos sentidos numa opinião consistente for alcançada. Segundo a lógicadas relações <strong>de</strong> Peirce, não po<strong>de</strong> haver mais categorias fundamentais além21 . Este princípio é expresso pela terceira proposição cotária, que Peirce enuncia na VIIconferência das Lectures on Pragmatism, sendo as primeiras duas, respectivamente, que “nihilest in intellectu quod non prius fuerit in sensu”, e que os julgamentos perceptuais contêmelementos gerais, <strong>de</strong> forma a que <strong>de</strong>les se possam <strong>de</strong>duzir proposições universais. A terceiraproposição cotária estabelece que a inferência abdutiva se transforma em julgamento perceptualsem que exista uma linha clara <strong>de</strong> <strong>de</strong>marcação entre eles. O julgamento perceptivo é oresultado <strong>de</strong> um processo não totalmente consciente, e que por essa razão escapa à análise lógica.“The third cotary proposition is that abductive inference sha<strong>de</strong>s into perceptual judgmentwithout any sharp line of <strong>de</strong>marcation between them; or, in other words, our first premisses,the perceptual judgments, are to be regar<strong>de</strong>d as an extreme case of abductive inferences, fromwhich they differ in being absolutely beyond criticism. The abductive suggestion comes to uslike a flash. It is an act of insight, although of extremely fallible insight. It is true that the differentelements of the hypothesis were in our minds before; but it is the i<strong>de</strong>a of putting togetherwhat we had never before dreamed of putting together which flashes the new suggestion beforeour contemplation.”, Collected Papers, 5.181.www.labcom.pt✐✐✐✐

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