13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 163Ao i<strong>de</strong>ntificar a função lógica do juízo com a função ontológica <strong>de</strong> pôra realida<strong>de</strong>, 19 Kant está a estabelecer a ponte que lhe permitirá, a partir dostipos <strong>de</strong> juízos, <strong>de</strong>duzir as categorias a priori do entendimento, ou, o que éo mesmo, o tipo <strong>de</strong> realida<strong>de</strong>s que é possível conhecer e experienciar pelaaplicação dos conceitos puros do entendimento às coisas – com a ressalva <strong>de</strong>que aqui as categorias pertencem não às coisas (como sucedia em Aristóteles),mas ao sujeito transcen<strong>de</strong>ntal – embora <strong>de</strong>terminem da mesma forma tipos <strong>de</strong>realida<strong>de</strong> fenoménica cuja objectivida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> ser contornada para um au<strong>de</strong>lá numénico.Kant extrai <strong>de</strong> cada uma das formas do juízo, por uma <strong>de</strong>dução sistemática,a tábua das categorias, que opõe à enumeração meramente rapsódica <strong>de</strong>Aristóteles, 20 a qual, empreendida por indução, “nunca se po<strong>de</strong> saber ao certose é completa”. 21Kant caracterizará as categorias como a lista exaustiva dos “conceitos originariamentepuros, da síntese que o entendimento a priori contém em si, eapenas graças aos quais é um entendimento puro”. 22 As categorias, com oseu papel unificador, tornam possível pensar e conhecer a multiplicida<strong>de</strong> dasintuições, constituindo o seu objecto <strong>de</strong> conhecimento. 23Novamente se apresenta a tábua dos juízos kantiana, juntamente com ascategorias que lhe correspon<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>les foram extraídas. 24Aristóteles, já que o nosso propósito é, <strong>de</strong> início, idêntico ao seu, embora na execução <strong>de</strong>le seafaste consi<strong>de</strong>ravelmente”, in KANT, Immanuel, Crítica da Razão Pura, trad. SANTOS, ManuelaPinto & MORUJÃO, Alexandre Fradique, 2 a ed., 1989, Fundação Calouste Gulbenkian,Lisboa, p. 110.19 . “A função fundamental dos juízos é pôr a realida<strong>de</strong>. Depois que está posta a realida<strong>de</strong>,<strong>de</strong>terminá-la (...) Se o juízo é a posição da realida<strong>de</strong>, ou se a realida<strong>de</strong> consiste em ser sujeito <strong>de</strong>juízo, então a formação mental, a função intelectual <strong>de</strong> formular juízos será, ao mesmo tempo,a função intelectual <strong>de</strong> estatuir realida<strong>de</strong>s”, in MORENTE, Manuel Garcia, Fundamentos <strong>de</strong>Filosofia – Lições Preliminares, 1987, Editora Mestre Jou, São Paulo, p. 240.20 . KANT, Immanuel, Crítica da Razão Pura, trad. SANTOS, Manuela Pinto & MORUJÃO,Alexandre Fradique, 2 a ed., 1989, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, p. 111.21 . I<strong>de</strong>m.22 . I<strong>de</strong>m23 . “.... Só mediante eles [os conceitos puros do entendimento] po<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r algo nodiverso da intuição, ie, po<strong>de</strong> pensar um objecto <strong>de</strong>la”, i<strong>de</strong>m, p. 111.24 . Para a <strong>de</strong>rivação kantiana das categorias a partir da tábua do juízo, retoma-se,acompanhando-a <strong>de</strong> perto, a exposição <strong>de</strong> Morente sobre o tema. In MORENTE, Manuel Garcia,Fundamentos <strong>de</strong> Filosofia – Lições Preliminares, 1987, Editora Mestre Jou, São Paulo, p.142 e ss. Os juízos segundo a quantida<strong>de</strong> dão origem às categorias <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>, pluralida<strong>de</strong> ewww.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!