13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

✐✐✐✐426 Anabela GradimÉ certo que anteriormente a religião fornecera o background sustentadorda moral, mas agora, em plena cultura iluminista, cumpriria à razão <strong>de</strong>sempenharessa tarefa. O fracasso <strong>de</strong> Kant teve, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> MacIntyre, consequências<strong>de</strong>sastrosas para a nossa cultura. De agora em diante à moralida<strong>de</strong> faltará sempreuma justificação racional; e essas consequências reflectiram-se mesmo no<strong>de</strong>stino da filosofia, levando-a a per<strong>de</strong>r o papel central que <strong>de</strong>sempenhara atéentão. 2416.3 Por que falhou o projecto iluminista?A hipótese colocada aqui por MacIntyre é <strong>de</strong> que o projecto iluminista estavacon<strong>de</strong>nado a falhar porque todos estes autores, que partilham uma concepção<strong>de</strong> natureza humana comum, a judaico-cristã, o que lhes permite obter um surpreen<strong>de</strong>nteacordo sobre os conteúdos moralmente relevantes, têm como projectoconstruir argumentos válidos que partem <strong>de</strong> premissas sobre a naturezahumana para conclusões sobre a autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> regras e preceitos morais. 25MacIntyre <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que qualquer projecto <strong>de</strong>ste tipo está à partida con<strong>de</strong>nadoa falhar, por causa da irredutível dicrepância entre os valores morais partilhadose a sua concepção <strong>de</strong> natureza humana. 26O projecto iluminista assentava numa mutilação do esquema moral aristotélico-medievalque lhe elimina a concepção teleológica. Como a catástrofeque <strong>de</strong>smembrou o antigo esquema não foi sentida como tal, aos filósofosrestaria tentar colocá-lo em funcionamento utilizando os fragmentos entãodisponíveis; mas por causa da mutilação original, tal tarefa, a que Kant eKierkegaard meteram ombros, estava votada ao insucesso.exclu<strong>de</strong>d the possibility of founding it on the passions, so Kant founds it on reason becausehis arguments have exclu<strong>de</strong>d the possibility of founding it on the passions, and Keirkgaardon criterionless fundamental choice because of what he takes to be the compelling nature ofthe consi<strong>de</strong>rations which exclu<strong>de</strong> both reason and the passions. Thus the vindication of eachposition was ma<strong>de</strong> to rest in crucial part upon the failure of the other two. . . ”, i<strong>de</strong>m, p. 50.24 . I<strong>de</strong>m, p. 50.25 . É óbvio que Kant negaria categoricamente estar a fundamentar a moral na naturezahumana, mas MacIntyre não é da mesma opinião. Segundo o autor, essa negação baseia-se nofacto <strong>de</strong> Kant enten<strong>de</strong>r por natureza humana “meramente o lado fisiológico e não racional dohomem” (i<strong>de</strong>m, p. 52). Ora é óbvio que se po<strong>de</strong> partir <strong>de</strong> uma visão menos restritiva <strong>de</strong> talnatureza.26 . I<strong>de</strong>m, p. 52.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!