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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐442 Anabela Gradimcional são realizados num espírito muito distinto daquele que animava Peirce– o do racionalismo iluminista que se rebela contra a pulverização da razãoempreendida pelos pós-mo<strong>de</strong>rnos tanto quanto contra as insuficiências do positivismológico.Porém, nem tudo são diferenças. Se mais não houvera, pelo menos umponto <strong>de</strong> contacto seria possível <strong>de</strong>scortinar entre ambos. Repare-se, porexemplo, como a divisão entre Ética Normativa e Ética Prática proposta porPeirce, correspon<strong>de</strong> e recobre a divisão efectuada por Apel entre parte A eparte B da Ética. À Ética Normativa cabe a função que Apel atribuiu à suaÉtica da Discussão <strong>de</strong> justificar transcen<strong>de</strong>ntalmente a possibilida<strong>de</strong> da Ética,e já examinamos como tanto um como outro obtêm essa justificação. E quantoà Ética Prática? Apel <strong>de</strong>lineia um esquisso <strong>de</strong> programa que <strong>de</strong>manda condiçõespragmático-transcen<strong>de</strong>ntais dadas a priori que possibilitarão que a comunicaçãoresulte ou flua, e <strong>de</strong>la <strong>de</strong>corra o consenso. Peirce nada, ou quasenada, diz. O que eu gostaria <strong>de</strong> sugerir é que a partir do sentimentalismopeirceano seria possível tentar reconstruir uma Ética das Virtu<strong>de</strong>s que aproveitasseessa fundamentação transcen<strong>de</strong>ntal 1 que lhe é oferecida por Peirce,colocando-a no lugar dos telos comunitários tal como foram formulados porMacIntyre – que são a gran<strong>de</strong> fraqueza <strong>de</strong>sta ética neo-aristotélica –; e queprescindisse das condições a priori que Apel exige aos interlocutores <strong>de</strong> umadiscussão.17.1 Salvar a razãoO propósito <strong>de</strong> Apel, <strong>de</strong>ntro do espírito do katianismo, é, muito claramente,salvar a razão fornecendo uma fundamentação transcen<strong>de</strong>ntal para a Ética quese apoia nessa razão e está portanto, no que ao homem diz respeito, dotada damáxima universalida<strong>de</strong> e generalida<strong>de</strong>. Mas, claro, as questões concretas terão<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ser discutidas no seio <strong>de</strong> cada comunida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> acordo até comcondicionantes <strong>de</strong> natureza factual das quais um puro reino <strong>de</strong> fins i<strong>de</strong>ais jamaisse compa<strong>de</strong>ceria.Não irei alongar-me sobre os méritos evi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>sse trabalho, a que <strong>de</strong>vemos,em termos latos, a peculiar configuração da nossa civilização, porque1 . Trata-se <strong>de</strong> uma aplicação do vocabulário apeleano à questão. Como é por <strong>de</strong>mais sabido,Peirce manifestava o maior horror ao “transcen<strong>de</strong>ntalismo”.www.labcom.pt✐✐✐✐

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