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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐256 Anabela Gradimexemplo, recorrendo sempre a particulares; com o utilitarismo, ao enfatizaros aspectos práticos; com o positivismo, no seu <strong>de</strong>sdém pelas soluções verbais,pelas questões inúteis e pelas abstracções metafísicas”. 72James reduz o significado dos conceitos, no pragmatismo, à acção, às consequênciaspráticas que este imediatamente po<strong>de</strong>rá ter para o homem. A acçãoseria, então, o interpretante lógico final do pensamento humano, o gesto on<strong>de</strong>todo o processo interpretativo se <strong>de</strong>teria por ter chegado ao seu termoOra em 1902, no artigo “Pragmatic and Pragmatism”, escrito para oBaldwin Dictionary, Peirce explica que esta interpretação jamesiana das suaspróprias palavras trouxe o assunto a tais extremos que é necessário nele repora clareza. 73 “A doutrina [<strong>de</strong> James] parece assumir que o fim do homemé a acção”, 74 mas Peirce por esta altura já sustenta tese praticamente contrária,unificando o seu pragmatismo – que a princípio era apenas uma máximaepistemológica – com as categorias, as ciências normativas e, por fim, com osinequismo, que é a posição metafísica <strong>de</strong>stinada a dar unida<strong>de</strong> e coerência ao<strong>sistema</strong> da maturida<strong>de</strong>. 75A diferença entre pragmaticismo e jamesianismo não é que o fim do homemseja a acção, mas “pelo contrário, que a acção busca um fim, e esse fimtem <strong>de</strong> ser algo da natureza <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>scrição geral, então o espírito da própriamáxima, que é que <strong>de</strong>vemos olhar para os resultados dos nossos conceitospara po<strong>de</strong>rmos apreendê-los correctamente, dirigir-nos-ia para algo diferente<strong>de</strong> factos práticos, nomeadamente, para i<strong>de</strong>ias gerais, como os verda<strong>de</strong>irosinterpretantes do nosso pensamento”. 76 Isto é, o interpretante final <strong>de</strong> umaconcepção não é constituído pelos efeitos práticos que origina, mas pelo hábito<strong>de</strong> acção que esta gera, hábito esse que é geral e do domínio da terceirida<strong>de</strong>.Pragmatismo não é procurar pelas acções imanentes <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>uma concepção, mas pelos fins que essa acção busca, e que são, como se revelaránas ciências normativas, do domínio da estética. O summum bonum,72 . I<strong>de</strong>m, p. 47.73 . “In 1896 William James published his will to believe (. . . ) which pushed this method[pragmatism] to such extremes as must tend to give us pause”, Collected Papers, 5.3.74 . I<strong>de</strong>m.75 . “Consequently, we may say that for Peirce the categories, the normative sciences, pragmastism,sinechism, and “scholastic realism”, are of a piece”, in POTTER, Vincent, Peirce’sPhilosophical Perspectives, ed. COLAPIETRO, Vincent, American Philosophy Series, 1996,Fordham University Press, New York, p. 80.76 . Collected Papers, 5.3.www.labcom.pt✐✐✐✐

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