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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐20 Anabela Gradimsuposta esfera <strong>de</strong> discurso não coercivo dada, e falharem a prestarem atençãoa<strong>de</strong>quada ao sentimento em ética”. 13Peirce é muito crítico acerca da possibilida<strong>de</strong> da ética filosófica por causado gap incontornável entre a ciência e a conduta da vida. A resposta intelectualtípica à questão é a proclamação do <strong>de</strong>cisionismo nas questões éticas.Peirce adoptou uma abordagem radicalmente diferente: confiança no instintoe nos sentimentos – que não exigem nenhum tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Ao fazê-lo tinhaem mente, por exemplo, virtu<strong>de</strong>s como coragem, modéstia, e lealda<strong>de</strong>.O problema principal com a ética filosófica, então, é que as suas respostasterão necessariamente uma origem radicalmente diferente da moralida<strong>de</strong>, quese baseia na tradição histórica, sentimentos e instinto. A ética não filosóficaé um aspecto do “senso comum”, o resultado da experiência tradicional dahumanida<strong>de</strong>. Resume-se a “não confiar no raciocínio em questões <strong>de</strong> importânciavital”, mas antes nos instintos hereditários e nos sentimentos tradicionais.Os instintos são capazes <strong>de</strong> crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento através <strong>de</strong>experiências internas e externas <strong>de</strong> vários tipos. A base “instintiva” da éticaassegura a sua continuação apesar da existência <strong>de</strong> pessoas individuais comcarácter <strong>de</strong>sprezível.Para Peirce razoabilida<strong>de</strong>, a admirável generalida<strong>de</strong> que regula os hábitos,torna-se verda<strong>de</strong>iramente concreta no sentimento e é inseparável da suaconcepção <strong>de</strong> agapê: evolutionary love.Defen<strong>de</strong>rei pois que existe espaço para a reconstrução <strong>de</strong> uma moral pósconvencionalem Peirce, uma moral baseada no sentimento, que pugnariapor uma “comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação universal” <strong>de</strong>dicada ao inquiry, masescorando-se numa verda<strong>de</strong>ira socieda<strong>de</strong> aberta. É que o “conservadorismosentimental” contrasta a importância dada à comunida<strong>de</strong> com o individualismo,sustentado no que ele apelida <strong>de</strong> “evangelho da ganância”. Devemosformar hábitos, sustenta Peirce, que aju<strong>de</strong>m a tornar o mundo mais razoávele autocontrolado, através dos mecanismos que foram explicitados na ciênciasnormativas. Em lógica isto significa que <strong>de</strong>vemos <strong>de</strong>senvolver aqueles métodos<strong>de</strong> pensamento que mais aceleradamente conduzem ao conhecimento.Que métodos <strong>de</strong> conduta ou hábitos <strong>de</strong> acção <strong>de</strong>vemos <strong>de</strong>senvolver? Quaissão as consequências práticas <strong>de</strong>sta exigência <strong>de</strong> tornar o mundo mais razoável?As questões concretas são obviamente importantes. Uma acção razoável13 . I<strong>de</strong>m.www.labcom.pt✐✐✐✐

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