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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐120 Anabela Gradimmanida<strong>de</strong>”. 8 Quando as consequências da acção humana se po<strong>de</strong>m repercutirà escala planetária, o homem é compelido a tomar responsabilida<strong>de</strong> colectivapor essas suas acções, aceitando um “<strong>de</strong>safio moral” que é radicalmente novona história da humanida<strong>de</strong> e característico da contemporaneida<strong>de</strong>.Esta é a situação contemporânea: necessida<strong>de</strong> absoluta e extrema <strong>de</strong> normasmorais vinculantes. O paradoxo surge quando nos <strong>de</strong>slocamos para o problemadas relações ciência-ética: ao mesmo tempo que <strong>de</strong>vido aos progressoscientíficos urge com premência a constituição <strong>de</strong> uma ética, essa mesma ciênciaimplantou uma noção <strong>de</strong> objectivida<strong>de</strong> científica que relegou as normasmorais e as suas pretensões <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> para o domínio da subjectivida<strong>de</strong> nãovinculante. O progresso da ciência <strong>de</strong>u origem ao que MacIntyre tão bem caracterizarácomo o “emotivismo contemporâneo” – as pretensões <strong>de</strong> valida<strong>de</strong>e normativida<strong>de</strong> da ética foram banidas para os domínios do emocional, doirracional e do <strong>de</strong>cisionismo arbitrário. Como consequência, as pretensões <strong>de</strong>valida<strong>de</strong> da ética normativa são “estigmatizadas como ilusão lamentável ouregressão autoritária, e uma ameaça para a liberda<strong>de</strong> humana” 9 pela filosofiacientífica.Postos os dados do problema, Apel sumariza, e muito bem, o paradoxoem curso: uma ética da responsabilida<strong>de</strong> colectiva apresenta-se-nos hoje tantonecessária quanto impossível. A mediação científico-tecnológica valorativamenteneutra só po<strong>de</strong> fornecer ao homem informações para que exerça damelhor forma as suas responsabilida<strong>de</strong>s morais, mas não po<strong>de</strong> substituir-se àassunção da responsabilida<strong>de</strong> pelos resultados da acção humana num mundoglobal. A questão <strong>de</strong> Apel é saber como regular esta mediação – através <strong>de</strong>que mecanismos a tornar objectivável, universal e vinculante.É necessário <strong>de</strong>scobrir a forma como as <strong>de</strong>cisões individuais po<strong>de</strong>m coincidircom regras normativas, o domínio das <strong>de</strong>cisões existenciais com o davalida<strong>de</strong> objectiva, <strong>de</strong> forma a que uma responsabilida<strong>de</strong> colectiva pela praxissocial possa ser assumida. Po<strong>de</strong>rá a questão ser solucionada através do uso <strong>de</strong>convenções? Apel crê que não. Que é preciso recuar a domínios anteriores aotemps que l’espace d’habitation et <strong>de</strong> vie <strong>de</strong> l’homme”, in APEL, Karl-Otto, Éthique <strong>de</strong> laDiscussion, 1994, Humanités, Les Éditions du CERF, Paris, p.21.8 . APEL, Karl-Otto, Towards a Transformation of Philosophy, 1980, Routledge & KeganPaul, London, p. 228.9 . APEL, Karl-Otto, Towards a Transformation of Philosophy, 1980, Routledge & KeganPaul, London, p. 229.www.labcom.pt✐✐✐✐

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