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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐172 Anabela Gradimmentos que lhe antece<strong>de</strong>m. Tudo tem lugar marcado no interior do <strong>sistema</strong>,e por insignificante que seja um facto, o seu encontro com a história era inevitável.Ora tal i<strong>de</strong>ia não po<strong>de</strong>ria repugnar mais a Peirce, por ser a completanegação do acaso (chance) e da tendência evolucionária que governa as coisasem direcção ao futuro, e às leis e hábitos que se vão constituindo, mas nãoestavam <strong>de</strong> antemão <strong>de</strong>terminadas. 47No hegelianismo o único princípio <strong>de</strong> acção que governa a lógica doseventos é a razão, que constrange as coisas a serem como são, aqui e agora,mas também na tendência futura. Ora para Peirce o universo e todos os seuselementos são racionais, mas não são constrangidos na sua evolução por umalógica marcada pela necessida<strong>de</strong> que imponha <strong>de</strong>terminada conclusão.Apesar da diferenças, é na continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta tradição – Aristóteles, Kante Hegel – que a sua categoriologia <strong>de</strong>ve ser entendida. Tal como eles, Peirceconsi<strong>de</strong>ra categoria “um elemento dos fenómenos do primeiro nível (rank)<strong>de</strong> generalida<strong>de</strong>”. 48 Presentes em todos os fenómenos, <strong>de</strong> que são elementoin<strong>de</strong>componível, as categorias universais po<strong>de</strong>m apresentar com maior ou menorproeminência um dos seus traços, mas em geral as três são encontradas emqualquer fenómeno, sendo por vezes difícil traçar as fronteiras que as separamno interior <strong>de</strong> um dado evento.A concepção arquitectónica <strong>de</strong> Peirce, como vimos, alimenta-se das categorias,que formam a matéria sobre a qual o fim último do <strong>sistema</strong> se há-<strong>de</strong>tornar visível, ao mesmo tempo que estão presentes e circulam em todos oscampos do real. Na categoriologia peirceana encontramos uma admirável síntesedos elementos que constituem a tradição da filosofia oci<strong>de</strong>ntal sobre otema. Nela está presente tanto o elemento aristotélico-hegeliano – as categoriasmetafísicas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, facto e lei, que correspon<strong>de</strong>m a três diferentesmodos <strong>de</strong> ser do Ser – como o elemento kantiano, que se mostra nas categoriaslógicas, “categorias das formas da experiência”, 49 perfeitamente patentesno funcionamento triádico do signo - um objecto que torna algo presente a47 . Cf. Collected Papers, 6.218.48 . Collected Papers, 5.43.49 . “The metaphysical categories of quality, fact, and law, being categories of the matter ofphenomena, do not precisely correspond with the logical categories of the monad, the dyad,and the polyad or higher set, since these are categories of the forms of experience. The dyadsof monads, being dyads, belong to the category of the dyad. But since they are composed ofmonads as their sole matter, they belong materially to the category of quality, or the monad inits material mo<strong>de</strong> of being. It cannot be regar<strong>de</strong>d as a fact that scarlet is red. It is a truth; but itwww.labcom.pt✐✐✐✐

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